“Achei que ia morrer como George Floyd”, diz mulher pisoteada por PM
Comerciante comparou abordagem do policial com a de um “monstro”: “Ele não chegou abordando, chegou agredindo”
atualizado
Compartilhar notícia
A comerciante negra de 51 anos pisoteada por um policial militar branco em São Paulo disse nesta terça-feira (14/7), em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, que pensou que iria morrer da mesma maneira que George Floyd.
“Achei que ia morrer que nem ele”, disse, em referência ao afro-americano morto em maio deste ano ao ser asfixiado por um policial branco em Minneapolis, Minnesota, nos Estados Unidos.
“Ele [o policial] não chegou abordando, chegou agredindo”, contou a mulher, que preferiu preservar sua identidade. A cena ocorreu em Parelheiros, na zona sul de São Paulo (SP). Três policiais participavam da ação, mas só um foi agressivo, segundo ela.
“Estavam em três, mas só um estava violento. O bairro é visitado por viaturas todos os dias, mas ele não chegou normal; não estava normal. Os outros dois estavam abordando os rapazes, mas abordando como policial não como monstro”, contou a vítima.
A comerciante relatou ainda que não retornou ao local pois segue sem condições físicas e psicológicas para isso.
Após a abordagem, ela precisou ser levada ao hospital, com ferimentos no rosto e a perna quebrada. Com cinco filhos e dois netos, ela vive das vendas de um pequeno bar próximo ao local onde foi agredida.
Os policiais alegaram que foram atacados por uma barra de ferro e que estavam se defendendo. No entanto, as imagens mostram que a mulher estava no chão no momento em que o policial coloca todo peso de seu corpo sobre ela.
Assista às cenas:
Em SP um PM pisa no pescoço de uma mulher, negra, comerciante, de 51 anos que não demonstrava perigo algum e alega que estava sendo contida e que foi um meio necessário. #Fantastico pic.twitter.com/8dHJretSD4
— Нешея (@HemerMiranda) July 13, 2020