Polícia apreende adolescente suspeito de planejar ataque em Suzano
Ele é apontado por instigar o massacre, além de ter ajudado na compra de armas e outros itens para o crime
atualizado
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Enviado especial a Suzano (SP) – Seis dias após o massacre que matou 10 pessoas e deixou dezenas feridas no Colégio Estadual Raul Brasil, em Suzano, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu o terceiro adolescente suspeito de planejar o crime. Ele é acusado de instigar o ataque e teria ajudado na compra de armas e outros itens usados no dia.
Policiais amanheceram na casa do jovem de 17 anos e já cumpriram o mandando de apreensão. Após passar por exames no Instituto Médico Legal (IML), ele chegou ao Fórum de Suzano por volta das 8h40 desta terça-feira (19/3), na companhia da mãe.
A juíza Erica Marcelina Cruz, da Vara de Infância de Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), decidiu que, enquanto não encontrar uma vaga para ele, o adolescente deve permanecer em cela separada, por no máximo cinco dias. Ela aguarda a chegada de um advogado.
A escola Raul Brasil foi reaberta nessa segunda-feira:
Para os investigadores, há indícios claros de que ele arquitetou o massacre com o adolescente de 17 anos e o rapaz de 25 que executaram oito pessoas, entre estudantes e funcionários da escola, na última quarta-feira (13).
A polícia chegou a essa conclusão após a realização de perícia em celulares dos envolvidos e coleta de depoimentos – inclusive de parentes dos autores e do suspeito. A análise do material apreendido na casa do adolescente continua.
Nessa segunda-feira (18), os delegados responsáveis pelo caso e promotores do Ministério Público de São Paulo (MPSP) se reuniram na capital paulista. A polícia entregou um relatório no qual defende a apreensão preventiva do menino. Fontes adiantaram ao Metrópoles que o documento, mantido sob sigilo, detalha qual foi a participação do jovem no caso.
Esta é a segunda vez que a Polícia Civil de São Paulo pede a detenção do suspeito. Na última quinta-feira (14), o adolescente foi ouvido no Fórum de Suzano. Ele acabou liberado após prestar depoimento por quase três horas.
Na ocasião, os promotores não viram consistência na acusação da Polícia Civil e não acataram o pedido. Como não houve denúncia do MPSP, a Vara de Infância e Juventude nem sequer chegou a analisar o caso. Inicialmente, a Polícia Civil pediu à Justiça que o menor ficasse apreendido por pelo menos 45 dias. Os investigadores acreditam que ele poderia atrapalhar a apuração do massacre.
Segundo os investigadores, ele teria ajudado os atiradores Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, a planejar o ataque. Contudo, para a polícia, o adolescente não esteve na escola onde o crime aconteceu.
Ao todo, 10 pessoas morreram, incluindo Guilherme e Luiz Henrique, e outras duas dezenas ficaram feridas. Quatro estudantes permanecem hospitalizados. As aulas no colégio Raul Brasil continuam suspensas.