Polícia abre inquérito para investigar show do cantor Belo na Maré
Artista e organizadores do evento serão chamados para prestar depoimento. Evento ocorreu, sem autorização, em CIEP do estado
atualizado
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Rio de Janeiro – O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, será chamado para prestar depoimento sobre o show que fez em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) da rede estadual de educação, no Parque União, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio.
As imagens que circulam na internet e feitas por emissoras de TV também serão analisadas pelos investigadores da Delegacia de Repressão a Crimes de Internet (DRCI), que abriu inquérito para o show de irregularidades. A polícia também quer saber quem pagou o cachê do cantor e esclarecer se há envolvimento do crime organizado na realização do evento.
Organizadores do show também serão chamados para fornecer explicações sobre a festa, que reuniu milhares de pessoas no pátio da unidade educacional. O evento fere os decretos municipal e estadual que estabelecem regras sanitárias e restritivas de combate e prevenção contra o novo coronavírus.
“Vamos apurar a participação do cantor, e do que ele sabia de evento, mas de início parece haver responsabilidade dele sim. Ele terá que comprovar algumas questões legais, que não estão esclarecidas, analisando as imagens que nós temos”, afirma o delegado Pablo Sartori.
Questionada, a Secretaria Especial de Ordem Pública, da Prefeitura do Rio, ainda não informou sobre quais medidas serão adotadas contra Belo e os organizadores do evento, proibido pela administração municipal e não autorizado pela Secretaria de Estado de Educação.
A Polícia Militar, por meio de nota, informa que vem desenvolvendo ações conjuntas com órgãos fiscalizadores com o objetivo de coibir a realização de eventos não autorizados. No entanto, não esclarece se foi chamada para interromper o show de Belo e não informa se havia policiamento no evento.
Nesse sábado (13/2), no entanto, a assessoria do cantor garantiu à TV Globo que o evento seguiu os protocolos sanitários. “As praias estão lotadas, transportes públicos, e só quem sofre as consequências são os artistas. Que foi o primeiro segmento a parar, e até agora, não temos apoio de ninguém sobre a nossa retomada. Sustentamos mais de 50 famílias”, diz a nota.
Para o advogado criminalista James Walker Júnior, presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), a iniciativa de realização de um show, gerando enorme aglomeração, “neste momento de inquestionável aumento do número de mortes e internações na pandemia, denota um injustificável descaso com a saúde e a vida alheia, por parte do cantor Belo”.
Segundo o advogado, por outro lado, do ponto de vista criminal, “não podemos dizer que ele tenha praticado crimes”. “Porém, sem prejuízo de responsabilizações civis e administrativas, já que há decretos municipais e estaduais vedando esse tipo de evento”, manifestou