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Polarização entre Lula e Bolsonaro cresce e 3ª via perde eleitores

Os dois líderes nas pesquisas de intenção de voto têm hoje números melhores do que tinham 10 meses antes da eleição de 2018

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Funcionários do TRE preparam urnas eletrônicas para o dia das eleições de 202012
1 de 1 Funcionários do TRE preparam urnas eletrônicas para o dia das eleições de 202012 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Líderes das pesquisas de intenção de voto para o pleito nacional de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) ampliaram sua fatia do eleitorado potencial em relação a levantamentos feitos 10 meses antes das eleições de 2018 – tomando simpatizantes dos outros pré-candidatos, da chamada terceira via.

No final de 2017, Lula liderava as pesquisas e tinha entre 35% (Ibope em 30/10/17) e 37% (Datafolha em 2/12/17) das intenções de voto. Bolsonaro tinha  se consolidado no segundo lugar e somava entre 17% e 21% (Datafolha) da preferência do eleitorado ouvido.

Somados os dois em seus melhores números, portanto, a fatia do eleitorado que votaria neles ficava em 58%. Segundo o levantamento do Datafolha, os dois eram seguidos por Marina Silva (Rede), que tinha 10%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%; e Ciro Gomes, que somava 6% das intenções.

As pesquisas feitas recentemente mostram os dois políticos que estão na frente mordendo um naco maior do eleitorado. A última a ser divulgada foi a Genial/Quaest, que trouxe Lula com 46% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, que tem 23%. Somados, portanto, os dois ficam com 69% das intenções. No mesmo levantamento, Sergio Moro (Podemos) marcou 11%, Ciro Gomes, 5%, e João Doria (PSDB), 2%.

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Presidente Jair Bolsonaro
O ex-juiz Sergio Moro (Podemos)
João Doria (PSDB) - Vencedor das prévias do partido, Doria está oficializado como pré-candidato
O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes
Ex-governador de SP Geraldo Alckmin deixa PSDB após 33 anos
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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

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Os resultados

Nas pesquisas do fim de 2017, Bolsonaro alcançava seus melhores índices nos cenários sem o ex-presidente Lula. Foi esse o cenário que ocorreu realmente na eleição passada, pois Lula foi preso e impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa. O petista foi substituído na chapa pelo seu ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que conseguiu ir ao segundo turno contra o atual presidente, mas não repetiu o bom desempenho de Lula nas pesquisas e acabou derrotado por 55,13% a 44,87% dos votos válidos.

Quatro anos depois, Lula ampliou seu eleitorado potencial em cerca de 10 pontos percentuais e tem números que poderiam lhe dar a vitória em primeiro turno se a eleição fosse hoje.

Dificuldades para a terceira via

Para o cientista político Nauê de Azevedo, que também é advogado e sócio do Pinheiro de Azevedo Advocacia, a polarização entre Lula e Bolsonaro está cada vez mais consolidada, e os candidatos da terceira via, que hoje tem Moro como nome mais competitivo, terão grande dificuldade para mudar esse cenário.

“A terceira via tem um caminho complicado pela frente, pois está duelando contra um ex-presidente que aposta em um passado de sucesso e contra o atual presidente, que possui consigo o peso da caneta, da decisão, a chave do cofre”, afirma ele, para quem essa polarização é “algo perfeitamente normal. Nosso modelo de eleições autoriza e incentiva eleições polarizadas”.

Ainda na opinião de Azevedo, Lula e Bolsonaro “são líderes messiânicos, com posições muito expressivas e uma imensa base popular. São pessoas que procuram se aproximar do povo, falam muito do que pensam e, por vezes, se afastam da liturgia do cargo para gerar essa sensação de aproximação com a população. Fora que um disputa diretamente com o outro, criando a condição de ‘Fla-Flu’, de duelo, de confronto direto que alimenta a narrativa política de ambos”.

Para o cientista político, os dois conseguem reduzir o tamanho da terceira via porque “cada um soube captar muito bem o papel de ser o antídoto do outro, se alimentando mutuamente das rejeições”.

Calendário eleitoral

A corrida eleitoral está quente, mas as chapas nem sequer foram oficializadas ainda, o que deverá acontecer nas convenções partidárias no início do ano que vem.

Em abril de 2022, quando faltarem seis meses para a eleição, haverá o prazo limite para políticos que queiram concorrer a presidente ou governador se afastem de seus cargos.

A partir de maio, os pré-candidatos poderão iniciar arrecadação prévia de recursos, que só serão liberados para uso depois do registro das candidaturas. Esse registro deverá ser feito até 15 de agosto.

No dia seguinte, 16 de agosto, começa a propaganda eleitoral na internet. A partir de 27 do mesmo mês, a dois meses da eleição, começa a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão.

A eleição em primeiro turno está marcada para 2 de outubro de 2022 e o segundo turno, onde houver, para 30 de outubro.

Além de presidente, os brasileiros irão escolher governadores, senadores (uma vaga por Unidade da Federação) e deputados federais, estaduais e distritais (no caso do DF).

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