Polarização é “mal do século” e antídoto está na política, diz Fachin

Em meio a embates entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-presidente da Corte, ministro Edson Fachin, ressaltou que cabe ao Judiciário a “virtude da parcimônia” para evitar chancelar erros e sedimentar acertos, além de falar sobre a polarização que toma conta do país.

Fachin participa, nesta sexta-feira (28/6), de uma roda de debates com juristas, na sala da Primeira Turma, na sede do STF, em Brasília.

Logo na abertura do “Hora de atualização – edição especial”, Fachin enfatizou que o país passa por uma polarização há tempos, que prejudica a força construtiva do debate.

“Há muito falamos – e reclamamos – da polarização pela qual passa o país: ela transforma nossos planos em escolhas plebiscitárias. A atual polarização também sinaliza que estão em curso mudanças sociais tectônicas. A polarização pode ficar um pouco mais. É o mal do século. O antídoto está na política e não na violência”, analisou o vice-presidente do STF.

Além da polarização

O “Hora de Atualização” está em sua 30ª edição e é organizada pelo meu gabinete de Fachin desde agosto de 2015. A rodada de conversa ocorre atualização de conhecimentos e troca de opiniões de grandes especialistas e teóricos do direito.

“Sem o diálogo entre conhecimento e experiência fica difícil diferenciar ‘doxa’ de ‘episteme’. Interpretação e aplicação do direito requerem contínuos estudos e pesquisas”, argumentou Fachin.

Doxa é uma palavra grega que significa crença comum. O conceito de episteme é o conhecimento verdadeiro. Os especialistas falam no evento sobre recentes mudanças e desenvolvimentos que impactam a jurisdição constitucional no Brasil. E Fachin lembrou que o Supremo é o guardião da Constituição.