metropoles.com

PMs são denunciados por torturar mulher durante abordagem em Goiânia

Policiais estão presos desde fevereiro. Denúncia oferecida pelo Ministério Público já foi recebida pela Justiça Militar

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
MPGO/João Sérgio Araújo
goias ministerio publico
1 de 1 goias ministerio publico - Foto: MPGO/João Sérgio Araújo

Goiânia – Seis policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) por sequestrar e torturar uma mulher durante uma abordagem no Bairro Boa Vista, na capital goiana. Os agentes estão recolhidos no Batalhão Anhanguera, desde o mês de fevereiro, após pedido do órgão.

Eles são investigados por supostas práticas de extorsão, sequestro, violação de domicílio e falsidade ideológica, todos do Código Penal Militar; além do crime de tortura, da Lei de Abuso de Autoridade; e de organização criminosa armada, prevista no Código Penal.

O caso aconteceu em janeiro deste ano após a vítima não se render a exigência de entregar R$ 50 mil e drogas para os policiais. Foram denunciados pela 84ª Promotoria de Justiça de Goiânia e pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) do MPGO o 2º sargento Márcio Junqueira da Silva, os cabos Gabriel Vinícius Lourenço Freitas e Celimar dos Santos Ferreira e os soldados Guilherme Carrijo Alvarenga, Lúcio Monsef Ferreira e Iago Henrique Costa Silva.

Márcio da Silva, Gabriel Freitas, Guilherme Alvarenga e Lúcio Ferreira foram denunciados por sequestro ou cárcere privado e extorsão, tortura confissão e associação criminosa com causa de aumento de pena.

Já os réus Celimar Ferreira e Iago Henrique Silva foram denunciados por estes crimes e também por tráfico de drogas, inovação artificiosa, e falsidade ideológica e falso testemunho ou falsa perícia.

De acordo com a Polícia Militar, foram adotadas as providências cabíveis, e a corporação colabora com a Justiça e acompanha a tramitação processual do caso.

A PM reitera que “não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e está à disposição da Justiça”.

Entenda o caso

De acordo com o MPGO, o pedido de prisão teve como base o depoimento da vítima. Segundo ela, no dia 7 de janeiro deste ano, por volta das 20h, conduzia seu carro, acompanhada por seu companheiro e um casal de amigos, com filho pequeno, quando houve a abordagem.

Conforme o relato, durante o deslocamento, nas imediações de um supermercado, o automóvel em que ela estava foi abordado por um carro descaracterizado, de cor branca, cujos ocupantes desembarcaram e se identificaram como policiais militares.

A vítima informou que, posteriormente, chegou no local um outro veículo, também descaracterizado e ocupado por outros homens. Eles igualmente se identificaram como policiais militares, não estando nenhum deles fardados.

Em seguida, a mulher declarou que, durante a abordagem, os policiais exigiram a entrega de uma quantia em dinheiro (R$ 50 mil) e uma determinada quantidade de crack. Quando ela respondeu que não possuía esses itens, os policiais, mesmo sem nenhum indício da existência de crime, a retiveram e a levaram, com todos os demais ocupantes do carro, a um posto de combustível.

A mulher foi conduzida na “gaiola” da viatura caracterizada, pelos policiais Celimar Ferreira e Iago Silva. Os demais foram levados nas viaturas descaracterizadas e o veículo da vítima foi conduzido por um dos policiais militares sem farda e deixado na área do posto.

Tortura

Na sequência, a vítima afirmou que todos foram levados para uma área isolada no Bairro Boa Vista, onde os veículos entraram em uma estrada de terra e se dirigiram até uma área de mata fechada. Lá, a vítima contou que foi separada do grupo, agredida e torturada, e que as agressões só terminaram quando ela prometeu aos policiais que entregaria a eles determinada quantidade de cigarros que teria em casa.

Ainda segundo o relato da vítima, chegando ao local indicado, dois dos policiais invadiram o imóvel e começaram a fazer buscas no local, sem que tivessem qualquer decisão judicial que os autorizassem. No entanto, nada foi encontrado. Após algumas voltas, a vítima e o casal de amigos foram libertados.

Ao MPGO, a vítima detalhou ainda que o companheiro dela permaneceu retido na viatura e que o levaram até o estacionamento de um estabelecimento comercial, onde os PMs teriam forjado um flagrante. O homem foi conduzido à Central de Flagrantes, sob o pretexto de que ele teria sido preso por tráfico de drogas.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?