PMs que levaram homem em viatura e mataram depois são presos em Goiás
Vídeo flagrou momento em que jovem foi colocado em camburão da viatura. Horas depois ele foi morto após suposto confronto com os mesmos PMs
atualizado
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Goiânia – Quatro policiais militares envolvidos na morte do autônomo Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, foram presos temporariamente na terça-feira (16/8). A informação foi confirmada ao Metrópoles pela Polícia Civil.
Vídeo registrado por uma câmera de monitoramento flagrou o momento em que os militares abordaram Henrique em uma rua do bairro Jardim Europa, na capital de Goiás, e o levaram para a viatura. As imagens foram capturadas na manhã de quinta-feira (11/8).
No mesmo dia, por volta das 22h, esses mesmos policiais alegaram que mataram Henrique em um suposto confronto, em uma estrada de terra no bairro Real Conquista, também na capital.
Veja o vídeo:
Foto no local
Foram presos o sargento Cleber Leandro Cardoso, o cabo Guidion Ananias Galdino Bonfim, o soldado Kilber Pedro Morais Martins e o também soldado Mayk da Silva Moura Sousa. Foi determinado o prazo de 30 dias para a prisão dos militares. Os quatro chegaram a apresentar uma foto exibindo arma e drogas que supostamente estariam com a vítima, morta a tiros.
Segundo o delegado que investiga o caso, André Veloso, da Delegacia de Homicídios (DIH), as imagens da câmera de segurança mostram que não foi encontrada arma e drogas com Henrique na abordagem pela manhã. Ele foi colocado na viatura sem portar qualquer mochila ou sacola. A reportagem tenta localizar a defesa dos policiais.
Filho na escola
O advogado da família de Henrique contou ao Metrópoles que o autônomo tinha acabado de deixar o filho na escola, quando foi abordado e colocado dentro da viatura. A viúva de Henrique disse que se sente desamparada e que quer justiça. Henrique deixa um filho de 4 anos.
“O que houve com ele foi uma execução. Está bem claro que foi. Eu quero justiça. Estou desamparada. Tenho um filho de 4 anos e não sei o que faço neste momento. Estou com medo, tenho medo que aconteça alguma coisa com meu filho”, disse a viúva em áudio enviado ao Metrópoles. Com medo, ela preferiu não se identificar.