PMs do Ceará são demitidos por esquema de corrupção em escalas
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça identificaram conversas em que pelo menos 12 agentes buscavam trocas de benefícios
atualizado
Compartilhar notícia
Três policiais militares foram demitidos pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário por acusação de corrupção nas escalas de serviço de um batalhão da PM do Ceará.
Segundo informações do G1, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça identificaram conversas em que pelo menos 12 agentes buscavam trocas de benefícios na escala do serviço público, no 17º Batalhão, em Fortaleza.
Três sargentos foram demitidos e um absolvido, segundo portaria publicada no Diário Oficial do Ceará, na última sexta-feira (13/11). As investigações mostraram que um deles atuava como Escalante do 17º BPM desde 2008, e utilizava a função para obter recursos de propina paga pelos outros policiais.
Em uma das conversas, registrada no dia 24 de fevereiro de 2017, o sargento liga para outro para cobrar R$ 100. O outro policial pede até o fim do dia para realizar o pagamento, mas o PM Escalante afirma que ele tem até 14h daquele dia para pagá-lo, senão, seu nome estará na escala.
No fim da tarde, o policial garante que irá efetuar o pagamento mais tarde. E seu nome não constou na escala do feriado, segundo apurado. Questionados pela CGD, os militares disseram que o pagamento era referente a uma bota que tinham negociado e que o oficial estava de férias naquele período, por isso não trabalhou.
Operação Gênesis II
O esquema de propina em escala foi descoberto a partir da Operação Gênesis II, na qual uma organização criminosa, formada por policiais civis e militares e traficantes, é investigada sob suspeita de extorquir outros traficantes.
A operação foi deflagrada no dia 16 de setembro, para cumprir 17 mandados de prisão e mais 17 de busca e apreensão.