PMs dizem ter atirado sete vezes com fuzis na ação que matou Kathlen
Ao todo, 21 armas usadas pela equipe que patrulhava o Complexo do Lins foram apreendidas. “A PM tirou a minha vida”, diz mãe da jovem
atualizado
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Rio de Janeiro – Policiais militares que participaram da ação que resultou na morte da gestante Kathlen Romeu, de 24 anos, no Complexo do Lins, na zona norte do Rio, na última terça-feira (8/6), afirmaram aos investigadores do caso terem disparado sete tiros de fuzil. Um deles pode ter atingido a jovem Kathlen, grávida de 4 meses, enterrada na quarta-feira (9/6).
O Metrópoles informou que 21 armas de policiais foram apreendidas: 12 fuzis e nove pistolas. A Polícia Civil do estado investiga o caso e tenta descobrir de onde partiu o disparo. Porém, já sabe que uma bala de fuzil cortou o tórax de Kathlen.
Mãe da grávida, Jaqueline de Oliveira Lopes tem convicção de que a filha foi morta pela polícia.
“Se a minha filha fosse morta por bandido, eu não falaria nada com vocês, porque eu sei que eu moro em um lugar que não poderia falar. Então ficaria na minha. Mas não foi. Foi a polícia que matou a minha filha. A PM tirou a minha vida, o meu sonho”, disse.
À Polícia Civil, o cabo Marcos Felipe da Silva Salviano disse ter disparado cinco vezes de fuzil, e que seu colega cabo Rodrigo Correia de Frias atirou outras duas vezes, como publicado pelo G1. O cabo Salviano afirmou ainda que outras equipes da UPP também faziam patrulhamento na comunidade, mas não informou se esses policiais também fizeram disparos.
Kathlen foi atingida quando visitava a avó materna, Sayonara Fátima, na comunidade de onde se mudou há cerca de um mês, por medo da violência. A jovem foi atingida em um dos acessos ao local. Ela chegou a se socorrida, mas chegou sem vida ao Hospital Municipal Salgado Filho.