PMs de Goiás são condenados por matarem adolescente dentro de casa
Condenação ocorreu após série de adiamentos do julgamento. Robertinho foi morto com mais de 10 tiros em 2017
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Acusados de matarem o adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, três policiais militares foram condenados, nessa terça-feira (27/6), na capital goiana. O juiz Lourival Machado sentenciou os réus pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. O crime ocorreu em 2017.
Paulo Antônio de Souza Júnior acabou condenado a 21 anos e 4 meses de prisão. Rogério Rangel Araújo Silva recebeu a sentença de 10 anos e 8 meses de detenção. Cláudio Henrique da Silva foi condenado também a 10 anos e 8 meses. Mesmo assim, os policiais, que estão afastados das ruas e exercendo funções administrativas na Polícia Militar de Goiás, não foram presos.
Adiamentos
O julgamento ocorreu após série de adiamentos. Em abril, por exemplo, o júri mudou de data após o advogado de defesa dos acusados apresentar um atestado médico. No mês seguinte, em maio, foi colocado um novo atestado, com duração de 15 dias. No entanto, o defensor participou de outro julgamento em dias próximos do mesmo mês; por isso, a clínica que emitiu o documento será intimada para apresentar o prontuário dentro de 24h.
O caso
Robertinho foi morto em 17 de abril de 2017. Os militares, integrantes do serviço reservado, estavam à paisana e foram até a casa onde a família de garoto morava e desligaram o relógio de energia. Na ocasião, o adolescente estava acompanhado dos pais.
Assustado com a situação, o pai de Robertinho, Roberto Lourenço, pegou uma arma que tinha em casa, adquirida após um assalto, e deu um tiro para cima. Em seguida, os militares efetuaram diversos disparos de fora para dentro da casa. Conforme a investigação, o garoto foi atingido por mais de 10 tiros e morreu no local. Os militares alegaram legítima defesa.
O pai de Robertinho também foi atingido na ocasião, mas se recuperou e recebeu alta. Porém, o homem ainda tem projéteis no corpo, que não puderam ser retirados. Os PMs chegaram a ser presos, à época, mas foram soltos cerca de três meses depois.