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PM que matou vendedor de balas deve responder por homicídio doloso

Em Niterói, testemunhas alegam que discussão começou após Hiago Macedo oferecer produtos. PM diz que agente reagiu a uma tentativa de roubo

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vendedor de balas morto em Niterói
1 de 1 vendedor de balas morto em Niterói - Foto: Reprodução/Redes sociais

Rio de Janeiro – O policial militar Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, que matou o vendedor de balas Hiago Macedo de Oliveira Bastos com um tiro, foi preso e deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

O crime aconteceu na segunda-feira (14/2), em frente à estação das barcas, no centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Testemunhas informaram à TV Globo que o policial militar, que estava à paisana, e Hiago Macedo, de 22 anos, iniciaram uma discussão logo após o vendedor oferecer seus produtos.

“Quando os policiais chegaram no local, meu primo ainda estava com vida. Então, se tivessem retirado ele o mais rápido possível, dava para salvar a vida dele, mas infelizmente é vendedor de bala, é só mais um”, lamentou Jonathan César, primo do rapaz.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que o agente estava de folga e reagiu a uma tentativa de roubo na Praça Arariboia.

Festa da filha

Parentes da vítima disseram que a filha de Hiago completará 2 anos daqui a quatro dias e que ele estava juntando dinheiro para a festa da criança. Eles confirmaram que o jovem teve envolvimento com o crime, mas que largou a vida.

“Ele abandonou a vida errada para ter uma vida boa. E hoje vende bala para sustentar a filha de 2 anos. Ele saía todo dia às 5h para fazer o aniversário da filha. Era o sonho dele dar essa festa para menina”, disse o primo.

O rapaz afirmou que, se assistirem as câmeras de segurança da estação de Arariboia, em Niterói, será possível ver o que realmente aconteceu. Segundo ele, Hiago abordou uma pessoa para vender seus produtos.

“Puxa nas câmeras para ver o que aconteceu. Ele foi abordar uma pessoa para vender bala, e nisso o rapaz chamou ele de ladrão, falou que ele ia abordar para vender bala e roubava o celular no bolso da pessoa. O policial ao lado ouviu e foi discutir com o meu primo. Meu primo é sujeito homem, debateu com ele de boca a boca. Ele meteu a mão na arma e deu um tiro só”, completou o rapaz.

De acordo com a polícia, Hiago tinha passagens por tentativa de homicídio, desacato, furto, lesão corporal e outros crimes. A viúva de Hiago diz querer justiça:

“A gente estava planejando a festinha da neném, já tínhamos pago o salão. Hoje ele saiu pra trabalhar e não cometeu crime nenhum. Ele estava com uma caixa de doce na mão. Eu não sabia que vender bala hoje era um crime. Ele estava trabalhando. A minha filha vai fazer dois anos e sem pai. Eu quero justiça. Que isso não fique impune”. 

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