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PM que espancou homem no Carrefour não tem treinamento policial

Segundo a Brigada Militar do RS, agentes temporários, com contratos de emergência, exercem apenas atividades administrativas e de guarda

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cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour
1 de 1 cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, um dos seguranças que espancou até a morte um homem negro no hipermercado Carrefour em Porto Alegre (RS), não tem treinamento policial e será afastado.

A informação foi dada pelo coronel Rodrigo Mohr Picon, comandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (20/11).

Giovane Gaspar da Silva é lotado no Departamento de Comando e Controle Integrado da Secretaria de Segurança Pública. Ele também trabalhava na empresa de segurança que atende a unidade do Carrefour no bairro Passo D’Areia, onde o crime ocorreu. De acordo com o coronel da Brigada, PMs temporários não têm autorização para trabalhar em outras empresas.

“O próprio crime já nos habilita a tomar as medidas necessárias de exclusão desse PM temporário. Ele pode ser demitido a qualquer momento por meio de um processo administrativo. O processo é bastante sumário, hoje nós já devemos fazer a modificação. Ele teria três dias úteis para fazer sua defesa, então, até a semana que vem, ele deve ser removido”, informou o coronel Picon.

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre
Um vídeo mostra as agressões
Ele morreu ainda no local
João Alberto
Cenas do espancamento de João Beto
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João Beto caído no chão após as agressões

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre

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Um vídeo mostra as agressões

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Ele morreu ainda no local

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João Alberto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante

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A vítima foi atacada com vários socos e golpes, registrados em vídeos por pessoas que assistiam à cena de terror

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Cenas do espancamento de João Beto

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João Alberto foi morto no dia 19/11, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, ao ser espancado por dois seguranças de uma das filiais da rede Carrefour

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Dezenas de pessoas – entre amigos, familiares e militantes de movimentos negros – acompanharam o velório e o sepultamento de João Alberto Silveira Freitas

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Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto Alegre

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Segundo Picon, os policiais militares temporários atuam apenas em funções internas, substituindo profissionais da reserva em atividades administrativas, de guarda e videomonitoramento. Portanto, não têm treinamento policial.

“O PM temporário não pode nem andar fardado na rua, porque não tem treinamento de policial, trabalha apenas em atividades internas”, explicou o coronel.

Brutalidade

Para o coronel Rodrigo Picon, a ação dos seguranças foi desnecessária, pois o homem já havia sido retirado da loja. “Se ele causou algum problema, o segurança deveria apenas chamar a Brigada Militar ou deixá-lo fora [do estabelecimento]. Passou um pouco disso. Já tinha sido resolvido na medida em que ele estava na rua”, afirma.

Em nota, Brigada Militar afirmou que foi ao local do crime “imediatamente” após ter sido acionada e prendeu os dois envolvidos no assassinato. A instituição disse que repudia atos de violência, discriminação e racismo. Veja:

“O PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos.

A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral.”

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