PM que atirou com fuzil em enterro de jovem de 17 anos é preso
Sepultamento de morador do Rio de Janeiro acabou em confusão generalizada. Corporação investiga caso e militar é acompanhado por psicólogos
atualizado
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Após uma confusão generalizada no enterro do estudante Kelvin Cavalcante, de 17 anos, morto na quinta-feira (10/10/2019) enquanto cortava o cabelo na favela Para-Pedro, na zona norte do Rio de Janeiro, o policial militar que atirou com um fuzil durante a cerimônia foi preso.
Segundo a Polícia Militar fluminense, o agente foi levado à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Ele será avaliado e acompanhado pelo setor de psicologia da corporação. Imagens da ação viralizaram na internet e causaram revolta.
O velório ocorria nesta sexta-feira (11/10/2019), em frente ao cemitério de Irajá, também na zona norte. Policiais militares acompanharam o sepultamento “por medida de segurança”, segundo nota da corporação.
“Após o enterro, um grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus que passava pela Avenida Monsenhor Felix”, afirma a PM. “Policiais intervieram e resgataram o motorista do ônibus. Houve um princípio de tumulto, momento em que um dos policiais se descontrolou e realizou disparos de arma de fogo”, destaca a corporação, em nota.
Os vídeos que circulam nas redes sociais estão sendo analisados e serão utilizados na apuração da Corregedoria (veja as imagens no fim da reportagem).
“O comando da Polícia Militar reitera que a conduta do policial não é condizente com os protocolos de atuação instruídos e empregados pela Corporação. A PMERJ reafirma ainda o seu compromisso em não tolerar ações descabidas de seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos em tais incidentes”, conclui o texto.
Entenda o caso
Kelvin estava no cabeleireiro quando foi atingido. A PM afirma que ele foi vítima de bala perdida. Já a família da vítima nega. Segundo os parentes, naquele momento não havia confronto entre policiais e criminosos e o adolescente foi atingido por seis tiros.
Outra pessoa que estava no cabeleireiro também foi baleada, mas sobreviveu e está internada, com o quadro de saúde “estável”, de acordo com a polícia. Ela ainda não prestou depoimento.
O que faz um PM apontar o fuzil para a população e disparar pro alto para “abrir caminho para o trânsito”, quebrando os protocolos e esquecendo todo o treinamento recebido? A PMRJ prendeu o policial em flagrante e disse que vai dar apoio psicológico ao militar. pic.twitter.com/LyD6Iz3RaE
— flaviofachel (@flaviofachel) 11 de outubro de 2019