PM diz que carro de tenor foi clonado e nega racismo em abordagem
Placa do carro de cantor estava inscrita em radar da Polícia Militar que detecta veículos suspeitos
atualizado
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São Paulo – A Polícia Militar de São Paulo informou nesta terça-feira (1/2) que o tenor Jean William teve seu carro clonado, o que fez com que ele fosse abordado como possível criminoso na semana passada.
William, um homem negro de 36 anos, ficou sob a mira de uma arma policial, quando foi abordado na quinta (27/1), enquanto aguardava dentro de seu veículo da marca Jeep para fazer a travessia de balsa entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo.
O cantor lírico considerou que houve racismo na abordagem e fez queixa à Ouvidoria da Polícia do estado de São Paulo, que exigiu apuração da conduta dos agentes pela Corregedoria da PM.
De acordo com a corporação, um carro clonado, com o mesmo modelo e placa do veículo de William, foi utilizado em um furto a uma residência na Zona Leste da capital paulista, no dia 17/1.
Por ter sido copiada em um carro de assaltantes, a placa do cantor acabou cadastrada no sistema radar da Polícia Militar, que detecta automaticamente placas de veículos suspeitos que passam por câmeras de segurança, de acordo com a instituição.
“Os policiais foram convocados pela central para abordar o veículo e, em nenhum momento, sabiam por quem era ocupado, afastando qualquer motivação de caráter racista”, diz a PM em nota.
A Polícia Militar argumenta que, devido ao crime cometido com esse carro clonado, não houve nenhuma ilegalidade na conduta dos policiais.
“A instituição lamenta sinceramente pelos transtornos e está à disposição de Jean William para auxiliá-lo naquilo que for necessário. A PM ressalta, ainda, que as imagens foram encaminhadas à Polícia Civil para a competente investigação”, afirmou a corporação em nota.