PM de São Paulo demite capitão condenado por estupro de netas de 8 e 9 anos
Capitão reformado da PM, Antônio Mariano Corrêa, de 95 anos, foi condenado pelo crime hediondo em 2019
atualizado
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São Paulo – A Polícia Militar de São Paulo demitiu o capitão reformado Antônio Mariano Corrêa, 95 anos, após condenação pelo crime de estupro contra suas netas. A sentença do crime ocorrido em 2013, quando as netas tinham 7 e 8 anos respectivamente, foi assinada em setembro de 2019. A demissão, publicada no Diário Oficial do estado em 31 de dezembro, foi revelada pelo UOL e confirmada pelo Metrópoles.
Mesmo condenado por crime hediondo há mais de um ano, ele continuava recebendo o salário, que é de cerca de 14,5 mil. Com a perda da patente, ele deixa de ser policial reformado, mas segue funcionário do estado.
Corrêa cumpre a condenação de 17 anos em regime domiciliar no interior de São Paulo. Na época do crime, de acordo com informações do UOL, a defesa tentou argumentar que não havia materialidade dos fatos. Em juízo, o capitão disse que as situações relatadas são “mentirosas“, que “foi o diabo que colocou isso na cabeça das meninas” e que “as crianças de hoje não admitem serem repreendidas”.
Abuso sexual
De acordo com a denúncia apresentada em 2015, foram listadas quatro situações que ocorreram na chácara dos avós paternos enquanto os pais viajaram de férias. As meninas contaram os fatos à mãe depois que elas assistiram na televisão a uma denúncia sobre estupro e a mãe perguntou se algo daquilo já havia acontecido com elas.
Foi feito um estudo psicossocial que destacou que as crianças tiveram alterações no comportamento “características de abuso sexual, como medo, insegurança e ansiedade ao ter que falar sobre o assunto”.
O PM foi preso em setembro de 2019, mas, devido às comorbidades, como pressão alta, esclerose e Alzheimer, além da idade avançada, ele passou para o regime domiciliar em novembro de 2019.