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Plano de Marina para eventos climáticos extremos segue sem previsão

Iniciativa contra consequências das mudanças climáticas foi prometida pela ministra Marina Silva no início do ano

atualizado

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Foto colorida de seca no Rio Negro, no Amazonas - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de seca no Rio Negro, no Amazonas - Metrópoles - Foto: Prefeitura de Manaus

O governo federal ainda não tem previsão para lançamento de um plano para lidar com efeitos dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas, que foi prometido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em fevereiro deste ano. O plano deverá trazer ações para lidar com situações como a da região amazônica, que vivencia uma seca histórica, que ameaça o meio ambiente e as populações que dependem dos rios, como ribeirinhos e comunidades indígenas.

Marina falou sobre o plano nesta sexta-feira (3/11), em Manaus, em entrevista coletiva após participar do evento TedX Amazônia. Questionada pelo Metrópoles sobre as ações do governo federal e sobre a possibilidade de decretar emergência climática, Marina disse que o governo segue elaborando um plano, mas não deu previsão de finalização.

“Já fizemos dois seminários, um técnico e outro com os segmentos mais vulneráveis, que pagam o maior preço desses eventos. Estamos trabalhando, nove ministérios, e queremos ser, talvez, o primeiro país a ter um plano de prevenção dos efeitos dos eventos extremos das mudanças climáticas”, afirmou Marina Silva.

O plano, explicou a ministra, foi inspirado pelos efeitos das enchentes em São Sebastião (SP), em fevereiro deste ano. Na época, Marina fez uma visita ao Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), e observou que existem 1.038 municípios vulneráveis aos eventos extremos, 40 mil pontos de áreas vulneráveis nas quais 10 milhões de pessoas podem ser atingidas.

Segundo Marina, com base nisso o governo está trabalhando “uma arquitetura estruturante para o enfrentamento dos eventos climáticos extremos”. “Não existe essa experiência no mundo. O seminário que fizemos houve ate um representante das Nações Unidas. Então, vamos trabalhar. E enquanto ele é feito, é ação emergencial”, disse.

A ação emergencial, segundo ela, envolve também treinamento de pessoas, sistemas de alerta para secas e para cheia, e uma preparação “para evitar que esses eventos sejam cada vez mais potencializados”.

A seca que atinge o Amazonas deixou comunidades indígenas e ribeirinhas sem água potável e com falta de alimento. Todos os 62 municípios do Estado estão em situação de emergência. Somado a isso, há um aumento dos focos de incêndio e a fumaça das queimadas cobre Manaus, deixando a qualidade do ar péssima.

A ministra pontuou que o governo federal reconheceu a situação de emergência de 48 cidades do Amazonas e comprometeu R$ 600 milhões de reais para auxiliar a região durante a seca.

Especialistas apontam que uma das causas da estiagem no Norte do país é o fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico. A degradação ambiental, com desmatamento, também contribui, uma vez que afeta a umidade da floresta.

A repórter viajou para o TEDx Amazônia a convite do Mercado Livre.

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