Plano de execução: integrantes do PCC estiveram em endereço de Moro
A decisão da Justiça Federal do Paraná mostra que investigação encontrou um vídeo da fachada de endereço ligado a Moro
atualizado
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Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que planejavam sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União Brasil) estiveram em endereço ligado ao ex-juiz, em março deste ano. A informação está na decisão da juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal do Paraná, que determinou a prisão dos envolvidos.
A partir da quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos, a investigação encontrou um vídeo de 3 de março de 2023 em que Claudinei Gomes Carias, o Carro Velho, filma um prédio no bairro Bacacheri, em Curitiba (PR), indicado como possível endereço do ex-ministro da Justiça.
O endereço é o mesmo que aparece em uma imagem encontrada pelos investigadores em trocas de mensagens dos suspeitos, que mostra um caderno com informações do ex-ministro da Justiça e sua família. As anotações trazem levantamento de dados pessoais das vítimas.
Estão anotados, por exemplo, nomes completos do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, da esposa dele, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), e dos filhos do casal, além de contatos. As investigações constataram que a intenção do grupo criminoso era matar toda a família do senador.
Uma vez que a gravação ocorreu em março deste ano, a juíza entendeu que o plano para sequestrar continuava ativo, mesmo após o 2º turno das eleições. A decisão ainda descreve que o suspeito esteve no local ao menos outras duas vezes, em 24 de novembro e em 1º de dezembro de 2022.
Plano de execução
Na decisão da juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal do Paraná, constam detalhes de que o grupo criminoso planejava sequestrar o ex-juiz e senador Sergio Moro no 2º turno das eleições de 2022.
Em troca de mensagens interceptada pela investigação, é exposto um plano para sequestrar Moro no Clube Duque de Caxias, local onde ele votou, no Paraná.
Além do ex-juiz, os integrantes do PCC tinham como alvo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), e outras autoridades.
A juíza Gabriela baseou os mandados de prisão em crimes como organização criminosa, extorsão mediante sequestro e porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam feitos para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC.