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Plano contra Moro incluía cativeiro com paredes falsas, diz Dino

O ministro da Justiça, Flávio Dino, ressaltou que a PF analisa se as paredes falsas eram para armazenar armas, drogas ou pessoas

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Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino fala sobre a crise de segurança no Rio Grande do Norte e da violência política referente as fakenews 5
1 de 1 Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino fala sobre a crise de segurança no Rio Grande do Norte e da violência política referente as fakenews 5 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Durante as investigações que levaram à desarticulação de um plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, a Polícia Federal identificou que a organização tinha bunkers montados em casas, atrás de paredes falsas, principalmente no Paraná.

Segundo informações do ministro da Justiça, Flávio Dino, havia montagem de estrutura para perpetração de crimes no Paraná.

“Nós trabalhamos com todos os cenários possíveis. Foram identificados compartimentos sendo preparados em casas, paredes falsas. Esses compartimentos podiam ser para armazenar armamento, drogas ou pessoas. A Polícia Federal só vai saber isso quando concluir as investigações daqui a uma semana. Aparentemente, era uma ação nacional de retaliação em face de agentes públicos e, obviamente, uma ação de intimidação”, analisou em entrevista coletiva, concedida nesta quarta-feira (22/3).

Durante a entrevista, Dino deu detalhes da operação da Polícia Federal. Ele ressaltou que, embora a operação tenha sido iniciada por cinco estados, foi identificada a intenção de um “ataque nacional”, “uma ação de intimidação em relação ao conjunto de autoridades públicas. Uma ação que tem porte terrorista, no sentido de intimidar o poder estatal”, ressaltou o ministro em entrevista coletiva.

O número de alvos que o PCC pretendia atacar também pode aumentar de acordo com a análise de documentos e informações que surgirão a partir da Operação Sequaz. “Até agora temos identificado que eles tinham quatro ou cinco alvos, mas esse número vai aumentar”, analisou Dino.

A Polícia Federal começou a investigar os casos há 45 dias, a partir da comunicação de suspeitas informadas pelo presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD).

Os mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos, nesta quarta, em cinco unidades da Federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. De acordo com as diligências da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados estão nos estados de São Paulo e Paraná. Nove pessoas foram presas.

A polícia começou pelo Paraná e por São Paulo por ter identificado uma possível ação imediata do PCC contra os alvos, mais especificamente, o ex-juiz Sergio Moro.

“O senador Moro era um dos alvos possíveis. E havia outras autoridades. Chamou a atenção o fato de já haver montagem de estruturas para perpetuação de crimes no Paraná. Por isso, parte da operação foi realizada lá. Havia paredes falsas sendo preparadas em casas, que poderiam ser para armazenar armamentos ou guardar pessoas. Aparentemente, essa organização criminosa é nacional. Um movimento de retaliação”, completou Dino.

“Acusações levianas”

O ministro também ressaltou na coletiva ter se indignado com as associações feitas sobre declarações dele e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à organização criminosa que pretendia agir contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil/PR).

Em fala horas após operação da Polícia Federal, Dino afirmou que “é vil, é leviana, é descabida qualquer vinculação a esses eventos com a política brasileira”.

Flávio Dino chamou as associações de “mau-caratismo” de quem tenta politizar uma operação séria. “Tão séria, que está aqui preservando e investigando uma ação contra a vida de um senador de oposição e de outros agentes públicos”, ressaltou o ministro.

Nesta terça-feira (21/3), o presidente Lula (PT) relembrou, em entrevista ao site Brasil 247, a época em que esteve preso por causa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e expôs vontade de se vingar de Moro. Chegou a dizer que, ao receber na cela a visita de procuradores para saber se estava tudo bem, ele respondia: “Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”.

Na sequência, o presidente pediu: “Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí”, e prosseguiu: “Eu falava assim: ‘Eu estou aqui para me vingar dessa gente, eu falava [isso] todo dia que eles entravam lá’”.

Um dia após a declaração, a Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22/3), a Operação Sequaz. O objetivo maior da corporação foi desarticular um plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil/PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Internautas e políticos acabaram fazendo uma associação entre a recente fala de Lula e a operação. Isso indignou alas do governo e o ministro da Justiça, que veio a público dizer que a Polícia Federal não está aparelhada e faz seu trabalho para preservar vidas e desarticular uma quadrilha.

“Nós estamos vendo em redes sociais uma narrativa escandalosamente falsa de que haveria relação entre as declarações do presidente Lula e minhas também a essa quadrilha. Ocorre que essas declarações críticas ao ex-juiz Sergio Moro não impedem a Polícia Federal de proteger uma pessoa que é oposição. Precisamos focar no principal. Quem, neste momento, faz associação indevida, está ajudando a quadrilha”, disse.

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