metropoles.com

Planalto não atende Dino e deixa ministério com estrutura reduzida

Plano de reestruturação do Ministério da Justiça segue sem aprovação pelo governo Lula e áreas importantes da pasta ficam sem servidores

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/YouTube
Flávio Dino lança Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas também no combate a facções criminosas - Metrópoles
1 de 1 Flávio Dino lança Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas também no combate a facções criminosas - Metrópoles - Foto: Reprodução/YouTube

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) entrou em seu décimo mês de funcionamento no governo Lula sem conseguir montar a estrutura desejada pelo ministro Flávio Dino quando ele assumiu, em 2 de janeiro deste ano.

Falta pessoal para que seja aplicado o plano de trabalho planejado pelo ministro, e isso influencia diretamente no funcionamento de partes importantes do ministério, como o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e a assessoria de Direitos Digitais, que operam apenas com o cargo de chefia, sem uma equipe de servidores.

Sem as vagas de servidores previstas no desenho inicial, a atual assessora especial Estela Aranha não pode comandar uma Secretaria Nacional Direitos Digitais, que até agora funciona apenas no papel.

Já o Pronasci, coordenado por Tamires Sampaio, não pode tocar mais projetos e ampliar sua área de atuação, ainda bem aquém do que foi o programa na época da sua criação, no segundo governo Lula.

Sem projetos

Outra área afetada é a Secretaria de Assuntos Legislativos, extinta no governo Bolsonaro, e que hoje funciona com sete servidores, de vagas herdadas de duas antigas diretorias que foram fundidas.

A falta de servidores estaria impedindo, por exemplo, a formação de grupos de trabalho para elaborar projetos que seriam levados ao Congresso Nacional. A área é comandada pelo ex-deputado federal Elias Vaz (PSB).

Também entram na lista de áreas prejudicadas, a Secretaria de Acesso à Justiça (SAU), comandada por Marivaldo Pereira, que deveria ganhar mais estrutura com adicional de funcionários, e a criação da Diretoria de Dignitários dentro da Polícia Federal (PF), que seria uma área específica para a segurança de autoridades que visitam o país.

8 imagens
Ricardo Cappelli, número 2 de Flávio Dino
Senador eleito, Flávio Dino foi nomeado ministro da Justiça e Segurança
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
Ricardo Cappelli: secretário-executivo do Ministério da Justiça
Ministro da Justiça, Flávio Dino foi governador do Maranhão
1 de 8

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

Igo Estrela/ Metrópoles
2 de 8

Ricardo Cappelli, número 2 de Flávio Dino

Igo Estrela/ Metrópoles
3 de 8

Senador eleito, Flávio Dino foi nomeado ministro da Justiça e Segurança

Igo Estrela/ Metrópoles
4 de 8

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

Igo Estrela/ Metrópoles
5 de 8

Ricardo Cappelli: secretário-executivo do Ministério da Justiça

Igo Estrela/ Metrópoles
6 de 8

Ministro da Justiça, Flávio Dino foi governador do Maranhão

Igo Estrela/ Metrópoles
7 de 8

Número 2 do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli

Igo Estrela/ Metrópoles
8 de 8

Ricardo Cappelli foi interventor na Segurança Pública do Distrito Federal

Igo Estrela/ Metrópoles

Demora para reestruturação

Essas novas vagas para o Ministério da Justiça estão previstas em um plano de reestruturação que foi apresentado ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI), comandado por Esther Dweck, em abril.

Número dois de Dino, o secretário executivo Ricardo Cappelli cuida pessoalmente dessa situação no MGI, cobrando pela tramitação do plano de reestruturação, que já estaria na fase final antes de seguir para a Casa Civil, comandada por Rui Costa.

A demora na aprovação do plano de reestruturação se soma a um cenário de incertezas quanto ao futuro do ministério. Flávio Dino é cotado como possível indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), e parte do PT quer dividir o ministério em dois, sendo uma pasta para a Justiça e outra só para a Segurança Pública.

Burocracia

Em entrevista ao programa Dia de Debate, do Metrópoles, na última quinta-feira (5/10), a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Samira Bueno, comentou essa falta de servidores em algumas áreas do ministério.

“Tem muitos quadros que ainda não foram preenchidos devido à dificuldade da burocracia do governo federal de levar gente e por conta que, no campo da segurança, boa parte dos servidores que entraram no Ministério da Justiça são policiais mobilizados. São policiais que ficam emprestados para o governo federal, mas ainda têm vínculo permanente com seus estados de origem. Isso também leva muito tempo do ponto de vista burocrático, até que seja possível mobilizar esse profissional e realocar no ministério”, explicou a pesquisadora.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública questionando o número total de servidores previstos no plano de reestruturação e de quais áreas, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

O MGI também foi questionado pela reportagem sobre a justificativa para o tempo de aprovação do plano de reestruturação, mas não houve retorno. O espaço segue aberto.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?