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Planalto e governadores não se entendem sobre estratégia contra o fogo

O Planalto recebeu governadores para fazer um diagnóstico da situação da seca e das queimadas pelo país

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Governadores e o Executivo federal reuniram-se para fechar um diagnóstico sobre a emergência climática relacionada às queimadas e à seca que avança pelo país. A reunião, que tomou lugar no Palácio do Planalto, no entanto, terminou em clima de insatisfação. Os entes da federação concordam que as queimadas são de responsabilidade compartilhada, mas patinam em fechar uma estratégia unificada no combate ao avanço do fogo. Enquanto isso, a situação do país segue dramática.

Na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ficou responsável por conduzir a reunião que contou com a presença de nove governadores e de dois vice-governadores. O encontro contou também com a presença de ministros e representantes de outras pastas da Esplanada.

Logo após o fim da reunião, o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), não escondeu a insatisfação com o encontro durante entrevista coletiva. O chefe do Executivo goiano criticou desde a ausência do presidente Lula na reunião à demora do governo federal em propor ações mais robustas no combate às chamas.

“O governo federal não estava preparado para o que aconteceu. De repente, foi procrastinando e, agora, vai chegar no final”, disparou. Caiado avalia que o governo Lula agiu tarde no combate às queimadas por considerar que as ações chegam em um período próximo ao fim da estiagem.

O governo, por sua vez, rebateu ao afirmar que a seca chega em momentos distintos nos diferentes estados do país. O Pará, por exemplo, declarou emergência somente nesta semana.

Caiado ainda afirmou que o governo “não deu conta de resolver no Rio Grande do Sul e não vai resolver as queimadas”. “Precisamos rediscutir o federalismo no Brasil. Brasília não sabe governar o país. Isso é uma ineficiência completa. Dê estrutura pro governador montar essas estruturas avançadas do corpo de bombeiros”, disse.

Além da crítica de Caiado, o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União-MT), também em coletiva, embora tenha elogiado as ações, indicou que os esforços empreendidos pelo governo devem ter “efeitos concretos” somente em 2025.

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Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça de Lula
A Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva
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Governo reage

Pouco após as críticas virem a público, o ministro Rui Costa tratou de defender as iniciativas do governo para o combate às queimadas. Ele ainda afirmou que o clima na reunião foi diferente do apontado pelos governadores na saída do evento.

“Nós estamos há três meses fazendo reuniões com os estados. Alguns governadores não vieram para as reuniões anteriores […] Tem alguns [governadores] que não vieram nas outras, talvez por isso estejam estranhando e achando que é a primeira”, disse.

Recentemente, diante do avanço dos focos de incêndio pelo país, o governo anunciou a liberação de crédito extraordinário de R$ 514 milhões. O montante será distribuído em várias áreas do governo, mas será remetido prioritariamente à área ambiental para o combate aos incêndios.

O governo ainda indicou medidas como a reestruturação da Defesa Civil Nacional, a elaboração de fundos para outros biomas e o endurecimento da legislação de combate a incêndios florestais.

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