Pizzaria é acusada de racismo após impedir jovem negro de comer à mesa
Funcionária do estabelecimento na zona sul do RJ afirmou que cliente só poderia oferecer lanche para adolescente caso fosse para viagem
atualizado
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Uma funcionária da pizzaria Guanabara, na zona Sul do Rio de Janeiro, foi acusada de racismo após impedir que um adolescente que vendia balas nas proximidades do estabelecimento se sentasse à mesa para comer um lanche oferecido por clientes.
O caso foi denunciado pelo empresário carioca Daniel Cohen nas redes sociais. Ele conta que estava com um grupo de amigos na pizzaria por volta das 6h desse sábado (26/3), quando um dos amigos foi abordado por Alex, um jovem de 14 anos morador da Rocinha, que vendia balas na região.
Após supostamente ser informado pela funcionária de que ele não poderia se sentar à mesa e só poderia comer caso o pedido fosse embalado para viagem, Daniel decidiu gravar o ocorrido.
“O meu amigo Pedro disse que ela estava ameaçando cancelar nosso pedido se ele fosse comer na mesa, e que ele não seria servido. Quando eu fui tentar falar com ela para entender o que estava acontecendo, ela não tinha nenhuma justificativa para aquilo”, contou, em entrevista ao Metrópoles.
Nas imagens, a funcionária alega que o adolescente não poderia sentar para comer no local por conta do horário. “Olha a hora, você é o que dessa criança?”, questionou. “Ele é de menor [sic], tem que estar na casa dele uma hora dessas”.
Veja o vídeo:
Daniel diz que após insistência e conversa com o gerente do local, eles foram atendidos. “Eu insisti muito, continuei lá brigando, até que o menino pôde comer. Um tempo depois, apareceu outro garoto, amigo dele, de cerca de 9, 10 anos, e pediu para dividir um pouco do lanche dele”.
Procurado pela reportagem, o gerente da pizzaria, Edivan Lima, disse que o caso se trata de “um mal-entendido”.
“O pré-adolescente é conhecido da casa, sempre foi atendido. O que ocorre é que é de praxe da casa confirmar se procede o pedido do menino, porque o horário não permite que ele fique até de madrugada circulando.”
O gerente adicionou: “Sempre atendemos bem o cliente, independentemente de cor, sexo, raça, nunca tivemos nenhum tipo de problema em relação a preconceito”.