“Pisei na bola”: Mauro Cid lamentou áudio vazado que motivou prisão
O ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu liberdade a Cid e manteve a colaboração premiada
atualizado
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O advogado do tenente-coronel Mauro Cid afirmou que seu cliente disse ter “pisado na bola” por ter mantido conversas em que reclamou para pessoas próximas da Polícia Federal (PF) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O áudio, após ser vazado, motivou a segunda prisão de Cid, que durou até esta sexta-feira (3/5).
“Lógico que pisou [na bola]. [Mauro Cid] É um sujeito inteligente. O celular é um mundo, um universo que ninguém controla”, afirmou o advogado Cezar Bitencourt, em coletiva de imprensa nesta sexta.
O advogado de Mauro Cid disse, no entanto, desconhecer quem era o interlocutor de seu cliente na ocasião e se limitou a indicar que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro conversou com três ou quatro colegas – e que uma dessas pessoas teria gravado o diálogo e repassado a terceiros.
Nesta sexta, o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu liberdade ao a Cid e manteve a colaboração premiada. Mauro Cid foi preso em 22 de março durante depoimento à Polícia Federal (PF), após vazamento de áudios.
Áudios com acusações
Em março, a revista Veja revelou áudios em que Mauro Cid afirma que os investigadores queriam que ele falasse “coisas que não aconteceram”.
“Eles não aceitavam e discutiam que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo. Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade”, disse Cid a um interlocutor de seu círculo próximo.
“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende e solta quando ele quiser… com Ministério Público, sem Ministério Público… com acusação, sem acusação”, disse Cid. Em outro trecho, ele ainda acusou Moraes de já ter uma decisão pronta.
Após a divulgação, a defesa do tenente-coronel afirmou que, em nenhum momento, ele coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, completou.