Pirarucus chamam a atenção em lagos de parques em Goiânia
Considerado o maior peixe de água doce do mundo, pirarucus viraram atração em parques de Goiânia e chamam a atenção de quem passa pelo local
atualizado
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Goiânia – Maior peixe de água doce do mundo, o pirarucu tem chamado a atenção em lagos de parques de Goiânia. De grande porte, espécimes foram avistados nos últimos dias no Bosque dos Buritis, na região central da cidade, e no Setor Jaó, região norte.
O jornalista Pedro Palazzo sempre passeia com a família pelo Bosque dos Buritis, localizado no centro da capital goiana e, segundo ele, era acostumado a ver dois peixes da espécie amazônica juntos. Mas, ultimamente, só tem visto um deles nadando para lá e para cá, solitário.
Veja o vídeo:
O peixão disputa com patos e cágados migalhas de pão e pipocas que os frequentadores do parque jogam na água de um dos lagos artificiais mais antigos de Goiânia. O parque, proposto no plano original da cidade, em 1933, inclui a Assembleia Legislativa de Goiás, o Museu de Arte de Goiânia e o Centro Livre de Artes da Prefeitura.
O pirarucu do lago do Bosque dos Buritis tem cerca de 1,5 metros. Isso indica que deve ser ainda jovem, pois ele costuma atingir mais do que o dobro desse tamanho e chegar a 330 kg.
Não se sabe como o espécime foi parar no lago.
Outro
O outro pirarucu visto em Goiânia foi no Setor Jaó. Neste caso, moradores da região informaram que o peixe era criado em um aquário e foi deixado no lago por uma mulher que se mudou para São Paulo.
Biólogos da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Goiânia estiveram no local no último sábado e constataram que o peixe é jovem e tem cerca de 70 kg. Ao G1, a bióloga Vanessa de Castro informou que o animal ainda deve crescer e pode desequilibrar o lago.
“Ele não está no habitar natural dele. Ele vive na região amazônica e na região do Araguaia. Ele estando aqui é prejudicial para ele, que é um animal que vai crescer, e para os animais nativos daqui, pois gera uma competição entre ele”, disse a profissional.
De acordo com a Amma, o peixe deve ser transferido para seu habitat natural nos próximos dias.
Brasília
Na última terça-feira (6/4), um pirarucu também foi flagrado por pescadores no Lago Paranoá, em Brasília, no Distrito Federal. O vídeo do peixão ganhou as redes sociais e fez sucesso entre os moradores do local.
Segundo o pesquisador Eduardo Sousa, da área de recursos aquáticos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apesar de o peixe ser comumente encontrado na Amazônia ou no Araguaia, nada impede que alguém solte o animal ainda pequeno em reservatórios de outras regiões do país.
“É comum vermos pessoas colocando em chafarizes, lagos artificiais… Esse, especificamente, deve ter conseguido se adaptar [ao lago] comendo frutos e pequenos peixes, e cresceu”, explica Eduardo Sousa.
Gigante dócil
O especialista assegura que não há com o que se preocupar ao se deparar com o enorme peixe. Dóceis, eles costumam comer na mão de quem oferece alimento. Nas imagens registradas em Brasília, o animal parece brincar com um cachorro, que acompanha os movimentos do peixe do alto de um píer às margens do Paranoá.
“Só pode ter algum problema caso tente tirá-lo da água. Por ele ter uma escama óssea, pode machucar a pessoa quando começa a se debater. Já vi casos de quem foi acertado na cabeça e desmaiou”, comenta o especialista.
A também pesquisadora da Embrapa, Adriana Ferreira, estima que o pirarucu do vídeo deva ter 40 quilos e, pelo menos, 1,3 metro de comprimento. “Ele ainda é jovem, deve ter entre 3 e 4 anos”, comenta.
Estudiosa dos hábitos desta espécie de peixe, ela diz que os pirarucus costumam nadar em cardumes e, ter um sozinho, indica que não deve haver outros da espécie pela região onde o flagrante foi feito. “Ele parece já bem acostumado ao ambiente, pois não se assustou com a pessoa filmando nem com o cachorro. Deve estar ali há mais tempo já”, destaca.