“Pintou um clima”: conselheiros tutelares protestam diante do Planalto
Vídeo do presidente Jair Bolsonaro supondo que garotas estariam se prostituindo viralizou no sábado. Presidente se retratou
atualizado
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Conselheiros tutelares do Distrito Federal promoveram, na manhã desta quarta-feira (19/10), um protesto contra a fala do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), afirmando que “pintou um clima” entre ele jovens de 14 e 15 anos. Segundo o presidente, as garotas venezuelanas estariam supostamente se preparando para prostituição.
“Defendê-las contra todo tipo de violência – inclusive de cunho sexual – é negligência. Não toleramos que ‘pinte um clima’ entre um homem de 67 anos e meninas. Isso não é normal, isso não é aceitável e isso nos indigna! Por elas, estamos na Praça dos 3 poderes”, disse o movimento, em nota.
O caso ocorreu durante uma visita do mandatário a São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal, em 2021. Bolsonaro defendeu posteriormente, no entanto, que a frase foi tirada de contexto pelo Partido dos Trabalhadores, além de alegar que o vídeo foi gravado para demonstrar sua “indignação” com o cenário.
Bolsonaro se desculpa
Após a repercussão, Jair Bolsonaro gravou um vídeo pedindo desculpas pela relação entre as venezuelanas com trabalho de prostituição. No vídeo em que pede desculpas, Bolsonaro aparece ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.
“Se minhas palavras, que, por má-fé, foram tiradas de contexto, foram, de alguma forma, mal entendidas ou provocaram algum constrangimento a nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas. Já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, diz Bolsonaro no vídeo.
O presidente também acusa “militantes de esquerda” de, após sua fala polêmica vir à tona, estarem “pressionando mulheres venezuelanas, a fim de obterem vantagem política neste momento”.
“As palavras que eu disse refletiram uma preocupação da minha parte no sentido de evitar qualquer tipo de exploração de mulheres que estavam vulneráveis”, argumenta o chefe do Palácio do Planalto.