Pintor diz que morte de idosa no Rio ocorreu por dívida com agiota
Jhonatan Correia Damasceno, 32 anos, afirmou ter participação nos assassinatos brutais de um idosa e uma diarista em apartamento no Flamengo
atualizado
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O pintor Jhonatan Correia Damasceno, 32 anos, preso em flagrante pela suspeita de participar das mortes brutais de uma idosa e uma diarista no Flamengo, Rio de Janeiro, afirmou à polícia que o crime foi cometido devido a dívidas com agiotas. O homem relatou que ter planejado os assassinatos para quitar seus débitos.
Martha Maria Lopes Pontes, 77 anos, e Alice Fernandes da Silva, 51, foram encontradas mortas em um apartamento de luxo no Flamengo com cortes no pescoço. A idosa teve ainda o corpo carbonizado.
Ao prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Jhonatan confessou envolvimento no crime, mas afirmou ser Willian Oliveira Fonseca o responsável por cortar o pescoço das vítimas e queimar o corpo da patroa. Contra ele, já havia um mandado de prisão em aberto pelo crime de roubo.
Jhonatan chegou a descontar três cheques de Martha, somando a quantia de R$ 15 mil. Depois, ele teria dividido o dinheiro com o comparsa, Willian.
Neste sábado (11/6), o plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio decretou a prisão temporária de Willian Oliveira Fonseca pelos crimes de duplo latrocínio, extorsão qualificada e incêndio.
William teria cometido o crime junto de Jhonatan, que foi preso em flagrante. Segundo informações do portal O Globo, os dois realizaram serviço como pintores no apartamento de Martha.
Nas imagens que os mostram no condomínio, eles aparecem às 13h34 de máscaras, bonés e mochilas e carregam uma sacola plástica.
Veja:
Cerca de três horas depois, bombeiros foram acionados para apagar um incêndio no apartamento. As duas foram encontradas degoladas. A idosa estava carbonizada em sua cama e Alice caída no corredor, com uma mordaça.
O laudo de exame de necropsia apontou que a causa da morte de Martha e Alice foi esgorjamento — lesão profunda que atingiu a garganta das vítimas e que foi provocada por ação corto-contundente, possivelmente uma faca.
Filho de Alice, o bombeiro hidráulico Diogo Felixberto Fernades da Silva, de 27 anos, contou que os pintores já haviam voltado ao apartamento outras vezes em busca de dinheiro, embora o serviço já tivesse sido quitado por Martha.
“O serviço foi feito e todo pago, mas eles estavam coagindo a dona Martha a dar mais dinheiro. A dona Eleonora, filha dela, contou que há 15 dias eles bateram lá contando uma história triste e querendo mais dinheiro. Em outro episódio, na última semana, eles foram lá novamente, desta vez só com a dona Marta, colocaram o pé na porta, a ameaçaram e a coagiram para levar mais dinheiro”, contou Diogo ao portal O Globo.
Durante a madrugada deste sábado, testemunhas foram ouvidas da sede da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Viúvo de Alice, o porteiro Hilário Rodrigues Leite, de 62 anos, acredita que a mulher tenha tentado defender a patroa e acabou morrendo.
“Eles disseram que a dona Marta deixou entrar. Não se sabe. Disseram serem os pintores”, conta, acrescentado que, pelo horário, já não era mais para Alice estar no apartamento. “Ela saiu de casa às 6h, eu fiquei dormindo, porque era o horário normal. Ela saia sempre às 15h, quando eu passava lá. Mas, ontem, não sei o que aconteceu, não era para ela estar lá”, lamenta Hilário.
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