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Piloto que atropelou jovem com ultraleve tem canal sobre aviões

Canal de Nathan Marchon, de 29 anos, tem mais de 50 mil inscritos. Além dos conteúdos, ele vende cursos para pilotos

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1 de 1 imagem colorida piloto atropelou estudante ultraleve - Foto: Reprodução

A polícia identificou o piloto que atropelou a estudante Caroline Kethlin, de 22 anos, no último sábado (9/9), no Aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ). A vítima teve morte cerebral declarada no domingo (10/9). Conforme as investigações, ela foi atingida pela asa de um ultraleve pilotado por Nathan Marchon, de 29 anos, entusiasta de aviões de pequeno porte.

O piloto tem um canal no Youtube sobre ultraleves com mais de 50 mil inscritos e onde compartilha conteúdos sobre seus voos, avalia aeronaves e divulga aviões que estão à venda. Além do canal, com 416 vídeos, Marchon tem um site em que oferece curso de piloto para alunos iniciantes, intermediários e de estágio avançado.

Nos vídeos compartilhadas, Marchon testa vários modelos de ultraleves e voa em diversas regiões do Brasil. O vídeo mais acessado tem 256 mil visualizações e mostra o “menor avião bimotor do mundo”. O último vídeo do canal foi publicado oito dias atrás.

Curso de piloto

O curso mais básico, para iniciantes, dura um dia e custa R$ 800. Segundo o site, o curso oferece uma imersão de um dia em que o “aluno vivencia todos os elementos do curso de formação de pilotos de forma muito resumida”. Ao fim do treinamento, o estudante pode decolar em um voo de instrução de 30 minutos pilotando um ultraleve.

A intenção da aula é, segundo a descrição, proporcionar uma experiência para que o estudante decida se quer ou não entrar no esporte. A grade do curso inclui “uma breve aula teórica de aerodinâmica aplicada aos equipamentos de voo, apresentação dos elementos da aeronave, um bate-papo detalhado sobre noções básicas de meteorologia, navegação e legislação”.

O curso intermediário custa R$ 3,6 mil e dura quatro horas de estudo prático. O público alvo, segundo o site, são alunos que já fizeram o curso básico ou quem têm “licença de piloto CPA ou PP, seja ela vencida ou não”. O avançado custa R$ 4,5 mil e dura cinco horas. O local do curso é indicado como Rio de Janeiro (RJ), sem outras informações.

Investigação do acidente

Na última segunda-feira (11/9), a Polícia Civil e o Centro de Investigação e Prevenção (Cenipa) fizeram uma perícia no local do acidente e identificaram a aeronave que atropelou a estudante como um ultraleve como um Flayer GT. O modelo pode chegar a mil pés de altitude, cerca de 300 metros de altura, e 80 quilômetros por hora. O avião é de fabricação na década de 90, e é preciso um certificado para ter autorização para pilotá-lo.

Segundo a polícia, Marchon tinha a documentação e estava se deslocando na pista, testando o ultraleve, quando ocorreu o acidente. Os agentes afirmaram que a aeronave de pequeno porte teria perdido o eixo da pista e percorreu menos de 200 metros até atingir a estudante, que estava na lateral direita. O caso foi registrado na 58ª DP (Posse), que investiga o ocorrido.

O delegado responsável pelo caso, José Mário Salomão Omena, ainda quer ouvir a principal testemunha, o pai de Caroline Kethlin, antes de ouvir o piloto. Ele estava com a vítima no local do acidente. Marchon deve prestar depoimento até o fim da próxima semana.

Sem certificação

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Aeroclube de Nova Iguaçu “não é uma entidade certificada pelo órgão para oferta de cursos de formação de pilotos e não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência”.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência no aeroclube. E que “a conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”.

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