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Piauí enfrenta sequência de incêndios e bombeiros têm “fila”

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais diz que estado teve 863 focos de incêndio foram registrados no Estado entre o domingo e sexta-feira (14/10)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bombeiro com mangueira apagando fogo
1 de 1 Bombeiro com mangueira apagando fogo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Estado do Piauí está enfrentando uma sequência de incêndios que atinge principalmente a capital Teresina e cidades vizinhas. As ocorrência se tornaram mais frequentes desde o início desta semana e as chamas se aproximaram de áreas residenciais, fazendo com que alguns moradores tivessem de sair das suas casas após perder pertences queimados. Em razão da quantidade de chamados, o Corpo de Bombeiros montou uma “fila de espera” para atendê-los de acordo com a capacidade.

Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 863 focos de incêndio foram registrados no Estado entre o domingo, 9, e esta sexta-feira, 14. A maioria dos casos aconteceram em Teresina (69), Palmeirais (48) e São Pedro do Piauí (43). Em todo o mês, foram 1.186 focos, o que coloca o Piauí como o quarto Estado com maior número de registros no País, atrás do Maranhão (2.908), Pará (2.016) e Tocantins (1 293). No ano, 5.439 focos foram identificados pelo satélite, menos da metade do que aconteceu no mesmo período do ano passado (11.127).

A situação levou o governo do Estado a montar uma força-tarefa, pedindo auxílio do Exército, que emprestou carros-pipa para combate às chamas. Mesmo com o reforço de bombeiros de folga, o efetivo total da corporação piauiense é composto por apenas 60 pessoas, que atuam nas zonas urbanas e rurais de Teresina. Para a administração, o período de baixa umidade somado à vegetação seca fazem dos terrenos baldios e matas nativas “campos de propagação das chamas”. Somado a esses fatores, segundo o comando do Corpo de Bombeiros, o uso da técnica de queimada para a limpeza de terrenos é um dos principais causadores dos focos de incêndio.

“O momento se tornou propício para a propagação das chamas em razão da baixa umidade relativa do ar e da elevada temperatura, com ventos mais intensos que o normal. Somado a isso, temos a cultura de utilização de queimadas seja para se livrar de lixo, limpar mato de terrenos baldios e também nas zonas rurais na agricultura”, disse o major José Veloso. “Em alguns locais, a situação fugiu do controle, pondo em risco as pessoas e o patrimônio delas. Estamos vivendo uma situação atípica.”

O oficial relatou o chamado de ao menos oito ocorrências no interior, que, como não contam com efetivo próprio, entram para a “lista de espera” da corporação. “Vamos avaliando e atendendo de acordo com a nossa capacidade”, disse.

Sobrevoo. Na manhã desta sexta, oficiais do Corpo de Bombeiros sobrevoaram as zonas mais atingidas pelos incêndios visando a mapear os focos que ainda resistiam. A intenção, segundo o informado, era resfriar a região e atacar diretamente os principais pontos de queimadas. Nos últimos dois dias, a corporação relatou ter recebido 34 chamados em Teresina e cidades vizinhas.

Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Frederico, ressaltou, em nota, a importância da colaboração da comunidade, que deve evitar a prática de atividades que propiciam a propagação de queimadas. “Infelizmente nós ainda possuímos uma cultura de queimada, pessoas que jogam cigarro no meio das estradas, pessoas que acendem fogo no lixo para queimar, e tudo isso gera risco. É necessário que a população possa cooperar”, explicou.

A jovem Marcelle Fonseca, de 20 anos, se mobilizou para ajudar os afetados pelas ocorrências. Ela iniciou uma campanha de arrecadação de alimentos e utensílios pessoais para quem perdeu pertences atingidos pelo fogo. “A gente tenta ao máximo ajudar. Muita gente perdeu tudo porque o fogo se alastrou muito rápido. Pessoas que estavam fora de casa trabalhando e quando retornaram encontraram a situação do jeito que estava”, disse à reportagem.

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