metropoles.com

PGR recorre da decisão de Nunes Marques de devolver mandato a deputado

Mandato de Fernando Francischini foi cassado em outubro pelo TSE, mas devolvido na última semana pelo ministro do Supremo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Antonio Augusto / Secom / PGR
prédio da PGR/MPF em Brasília
1 de 1 prédio da PGR/MPF em Brasília - Foto: Antonio Augusto / Secom / PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um recurso, nesta segunda-feira (6/6), para manter a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União-PR), que teve o mandato devolvido por decisão do ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques, na última semana. A informação é do jornal O Globo.

No documento enviado ao STF, o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, defende a cassação, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro de 2021.

“A conduta do candidato cassado foi muito além de comprometer a legitimidade do pleito, tendo em vista o seu potencial de desestabilização do Estado Democrático de Direito”, diz a PGR.

No recurso, o Ministério Público Eleitoral solicita que o ministro reconsidere o seu entendimento. E que, caso isso não ocorra, “submeta, com a urgência que a situação concreta insta”, o recurso à Segunda Turma do STF.

Fernando Francischini teve o mandato cassado por propagar desinformação contra as urnas eletrônicas. Ele foi o primeiro parlamentar condenado por fake news contra as urnas.

Na quinta-feira (2/6), Nunes Marques suspendeu a cassação do parlamentar. Nesta segunda-feira, o ministro decidiu levar a análise do caso para a Segunda Turma, mas por meio do referendo à decisão liminar que foi dada por ele.

No entanto, o presidente do Supremo, Luiz Fux, convocou, no sábado (4/6), uma sessão plenária virtual para a Corte analisar, nesta terça-feira (7/9), a ação que questiona a decisão de Nunes Marques sobre Francischini.

Mandato cassado

Em outubro do ano passado, o TSE decidiu, por 6 votos a 1, punir Francischini por ter publicado um vídeo, no dia das eleições de 2018, em que afirma que as urnas foram fraudadas para impedir o voto no então candidato Jair Bolsonaro.

O deputado foi eleito em 2018 com 427.749 votos – a maior votação da história do Paraná para um político estadual. Na época do julgamento, junto à cassação do mandato, o TSE decidiu que o parlamentar ficaria inelegível por 8 anos. A Justiça Eleitoral ainda determinou que os votos obtidos por ele na eleição fossem anulados e uma nova totalização fosse feita pelo TRE-PR.

3 imagens
Deputado estadual Fernando Francischini
Fernando Francischini foi o primeiro político do país a ser cassado por fake news
1 de 3

Francischini foi investigado pelo uso indevido dos meios de comunicação e abuso de autoridade

Geraldo Magela/Agência Senado
2 de 3

Deputado estadual Fernando Francischini

Memória EBC/Divulgação
3 de 3

Fernando Francischini foi o primeiro político do país a ser cassado por fake news

Reprodução/Twitter

A decisão de Nunes Marques

Ao suspender a cassação do deputado federal, Nunes Marques atendeu a um pedido da defesa de Francischini e da Comissão Executiva do PSL, que recorreu ao STF contra a decisão do TSE.

“É evidente que as redes sociais contribuem para o exercício da cidadania e enriquecem o debate democrático e a disputa eleitoral, dado o potencial de expressão plural de opiniões, pensamentos, crenças e modos de vida. Não cabe, sob o pretexto de proteger o Estado Democrático de Direito, violar as regras do processo eleitoral, ferindo de morte princípios constitucionais como a segurança jurídica e a anualidade”, justificou o ministro.

Segundo Nunes Marques, o vídeo do deputado não demonstrou impacto nas eleições que justificasse a cassação do mandato. “Faltam elementos mínimos aptos a comprovarem o comprometimento da disputa eleitoral em decorrência do que veiculado na transmissão”, disse o magistrado.

“As gravíssimas consequências atribuídas à configuração da utilização indevida dos meios de comunicação cassação de parlamentar eleito e declaração de inelegibilidade por oito anos requerem a demonstração de provas robustas e incontestes relativamente à quebra da normalidade e legalidade das eleições”, acrescentou.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?