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PGR: Marielle era obstáculo para interesses econômicos dos Brazão

Segundo a denúcia, as iniciativas políticas do Psol e da vereadora Marielle Franco se tornaram um problema para os irmãos Brazão

atualizado

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Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro
Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro (RJ) pelo PSol. Ela foi morta pelo miliciano Ronnie Lessa, apontado como "psicopata" em depoimento de delegado.
1 de 1 Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro (RJ) pelo PSol. Ela foi morta pelo miliciano Ronnie Lessa, apontado como "psicopata" em depoimento de delegado. - Foto: Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), divulgada nesta quinta-feira (9/5), aponta que a vereadora Marielle Franco foi morta por contrariar os interesses dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão sobre as políticas urbanísticas e habitacionais na capital carioca.

A PGR indica que os irmãos Brazão tinham interesses econômicos diretos na aprovação de normas legais “que facilitassem a regularização do uso e da ocupação do solo, bem como o respectivo parcelamento, especialmente em áreas de milícia e de loteamentos clandestinos na cidade do Rio de Janeiro”.

Segundo a denúncia, as iniciativas políticas do Psol e da vereadora Marielle Franco se tornaram um problema para os irmãos Brazão. A PGR cita episódios como a apresentação do relatório final da CPI das Milícias, que era presidida por Marcelo Freixo, e a contestação à eleição de Domingos Brazão como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

O embate entre Marielle e os Brazão, contudo, teria começado no ano seguinte à eleição dela como vereadora, 2017. Segundo a PGR, a chegada de Marielle à Câmara Municipal do Rio de Janeiro mudou radicalmente a facilidade que Chiquinha Brazão tinha para aprovar projetos de interesse.

“Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar sua postura”, considerou.

A PGR apresentou denúncia contra os seguintes acusados pelo duplo homicídio:

  • Chiquinho Brazão, deputado federal;
  • Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ);
  • Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro;
  • Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar.

Além disso, os irmãos Brazão e o policial militar Robson Calixto Fonseca foram denunciados por organização criminosa.

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