PGR denuncia Zambelli e Delgatti no caso da invasão ao sistema do CNJ
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) é denunciada como mandante do crime. Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto são acusados de 10 crimes
atualizado
Compartilhar notícia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto no caso que investiga a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em documento assinado pelo PGR, Paulo Gonet, Zambelli é denunciada como mandante do crime. Os dois são acusados por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A informação foi antecipada pelo blog de Julia Duailibi, do G1, e confirmada pelo Metrópoles.
A dupla é acusada por 10 crimes:
- sete crimes do artigo 154-A e par. 2 do CP (invasão de dispositivo informático).
- três crimes do artigo 299 do CP (falsidade ideológica), por terem inserido documentos ideologicamente falsos no sistema informático.
PF indicia Zambelli e Delgatti
Em inquérito finalizado em fevereiro, a Polícia Federal indiciou a deputada e o hacker por suspeita de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. Investigações da PF indicam que a invasão ao site do CNJ ocorreu em novembro de 2022.
O acesso, ocorrido em 4 de janeiro de 2023, foi por meio do login de um funcionário do órgão, quando Delgatti inseriu documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Entre eles, um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, assinado pelo próprio magistrado.
O hacker defende que Zambelli teria pagado R$ 40 mil para que ele invadisse os sites do Judiciário, o que a deputada nega.
A parlamentar alega ter repassado R$ 3 mil a Delgatti com o intuito de ele fazer melhorias no site e nas redes sociais dela. Zambelli nega qualquer envolvimento na invasão ao sistema do CNJ.
Defesa de Zambelli
Em nota, a defesa de Carla Zambelli disse ter recebido “com surpresa” o oferecimento da denúncia, “já que inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgatti a praticar as ações que praticou”.
Segundo os advogados, a narrativa de Delgatti e de outras pessoas envolvidas “foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada”.