metropoles.com

PGR pede afastamento do governador do Acre por suspeita de corrupção

Governador é suspeito de integrar grupo criminoso que gerou prejuízo de R$ 11,7 milhões aos cofres públicos; 13 pessoas foram denunciadas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Mardilson Gomes/SEE/governo do Acre
imagem colorida mostra governador do acre gladson cameli - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra governador do acre gladson cameli - Metrópoles - Foto: Mardilson Gomes/SEE/governo do Acre

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), por suspeita de integrar organização criminosa que gerou prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$ 11,7 milhões, e solicitou o afastamento dele. O pedido é para que Cameli fique fora do cargo até o fim da instrução criminal.

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico enviou a denúncia na terça-feira (28/11) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem competência para julgar questões que envolvem governadores. Ao todo, 13 pessoas foram denunciadas por organização criminosa, corrupção nas modalidades ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação.

Dentre os denunciados, estão dois irmãos do governador, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como “laranjas”.

Segundo a investigação, o esquema teve início em 2019, com fraude licitatória que gerou a contratação da empresa Murano Construções, que recebeu R$ 18 milhões de recursos públicos para obras de engenharia. A Murano subcontratou outras firmas, incluindo uma de um dos irmãos do governador, e elas teriam pagado propina de mais de R$ 6,1 milhões ao chefe do Executivo.

Conforme a apuração, os valores eram repassados a Cameli por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em um bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.

A denúncia trata apenas desse contrato, mas há suspeita de que o esquema se manteve. Segundo a PGR, foram identificados outros oito contratos com ilegalidades, e a estimativa de prejuízo pode chegar a R$ 150 milhões.

Licitação e sobrepreço

A Murano foi contratada graças a um mecanismo chamado “adesão à ata”, quando um órgão contrata empresa aproveitando licitação realizada por outra instituição pública. Nesse caso, a licitação foi feita pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IFG), campus Ceres, para a prestação de “serviços comuns de engenharia referentes à manutenção predial”.

A empresa venceu a ata de registro de preço, e a Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre aderiu à ata, contratando a empresa em questão para executar obras rodoviárias. Ela, no entanto, não executava o serviço, e subcontratou outras firmas, uma delas que tem como sócio um irmão do governador.

Segundo a denúncia, “aproximadamente dois terços do valor pago correspondem a objeto totalmente estranho ao contratado, em claro desvirtuamento do princípio da isonomia”.

Além disso, análises técnicas da Controladoria-Geral da União (CGU) incluídas na denúncia apontam suspeita de sobrepreço de R$ 8,8 milhões e de superfaturamento de R$ 2,9 milhões.

O MPF pede que o governador responda por dispensa indevida de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O órgão ainda solicita o bloqueio de bens dos denunciados até o valor de R$ 12 milhões.

Em nota, a Murano afirmou que “ainda não teve acesso ao teor da denúncia, razão pela qual não é possível apresentar manifestação nesse momento”.

Outro lado

A defesa do governador criticou o pedido de afastamento feito pela PGR. Veja a íntegra da nota da defesa de Gladson Cameli:

Esse pedido de afastamento é arbitrário e absurdo. Não há nenhum fato novo que justifique esse pedido de afastamento. Ele decorre de um outro pedido que já tinha sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça. É além de tudo, ele foi feito na vagância do cargo de procurador-geral da República.

Essa investigação é toda ilegal. Ela decorre de uma devassa realizada pela Polícia Federal de Cruzeiro do Sul, sem que tivesse competência para investigar o governador Gladson Cameli. Para se ter uma ideia, quebraram o sigilo de uma criança de apenas sete anos de idade, o filho do governador.

É não há nenhuma ilegalidade atribuível ao governador Gladson Cameli. As obras foram todas executadas e entregues ao povo do Acre, que reelegeu Gladson Cameli no primeiro turno. Esse pedido de afastamento é uma afronta ao mandato conferido pelo povo do Acre.

O governador Gladson Cameli confia no Poder Judiciário, Superior Tribunal de Justiça e fará sua defesa e tem a convicção que esse pedido ao final será indeferido.

Pedro Ivo, advogado do governador Gladson Cameli

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?