PGR abre investigação para apurar lançamento de fogos no STF
Ato foi comandado por um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desse sábado
atualizado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou procedimento preliminar, neste domingo (14/06), para investigar o lançamento de fogos de artifício em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite do último sábado (13/06). O ato foi comandado por um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O procedimento foi aberto após manifestação do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Ele pede a responsabilização penal “daquele(s) que deu/deram causa direta ou indiretamente, inclusive por meio de financiamento, dos ataques e ameaças dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, na noite de ontem (13/06/2020), inclusive com a utilização de artefatos explosivos (fogos de artifício)”.
O despacho do procurador João Paulo Lordelo instaura a notícia de fato, o procedimento inicial para a investigação. Além disso, a PGR pede informações sobre o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Renan da Silva Sena, que faz ataques à Suprema Corte com frequência.
Mais cedo, o MPF também pediu que seja feita perícia no local para identificar possíveis danos ao edifício. Segundo o órgão, o procedimento tramita em regime de urgência e sob caráter reservado por conter “questões relacionadas à inteligência das informações”.
“Para o MPF, os atos podem ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional, nos crimes contra a honra, além da Lei de Crimes Ambientais por abranger a sede do STF, situada em área tombada como Patrimônio Histórico Federal”, diz a nota do MPF.
Na ação, feita por volta das 21h30 desse sábado (13/06/2020), os integrantes ofenderam e ameaçaram os ministros do Supremo, dizendo que a intenção do lançamento de fogos era “para mostrar para eles [ministros] e pro GDF [Governo do Distrito Federal] que “se preparem”.
A ofensiva contra o governador Ibaneis Rocha (MDB) veio depois de ele decretar o fechamento da Esplanada e retirar um acampamento do local, atendendo a pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
No Distrito Federal, o episódio resultou, também neste domingo (14/06/2020), na queda do subcomandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Sérgio Luiz Ferreira de Souza.
À coluna Grande Angular, o governador disse que o militar foi exonerado “porque permitiu que manifestantes soltassem fogos de artifício em frente ao Supremo Tribunal Federal”. “A PMDF deve servir, no mínimo, para resguardar os cidadãos e as instituições da capital federal. Se não fez isso, errou grosseiramente”, criticou.