Pfizer: distribuição de 1 milhão de doses começa na segunda (3/5)
Informação foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na tarde desta sexta-feira (30/4)
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que 1 milhão de doses da vacina Pfizer, que chegaram ao Brasil na quinta-feira (29/4), começam a ser distribuídas na próxima segunda (3/5).
A previsão dada, na última semana, pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde era de que os imunizantes contra a Covid-19 seriam distribuídos ainda nesta sexta-feira (30/4). Em conversa com jornalistas nesta tarde, no entanto, o titular da pasta federal informou que a entrega deve começar na semana que vem.
O ministro citou o armazenamento a frio da vacina como uma das razões para a mudança na data.
“Ela tem uma logística de distribuição mais complexa. Precisamos alinhar com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), para que não haja qualquer tipo de dificuldade com esses novos imunizantes”, afirmou.
Armazenamento
A vacina da Pfizer já tem registro para uso definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e pode ser aplicada em pessoas a partir dos 16 anos de idade. A administração do imunizante deve ser realizada em duas doses, com 21 dias de intervalo entre elas.
As 27 capitais do Brasil vão receber a remessa anunciada. De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição será “proporcional e igualitária”. A entrega não será estendida aos demais municípios, devido à falta de estrutura para armazenamento das vacinas nesses locais.
As doses devem ficar guardadas em temperaturas entre -25°C e-15°C, por até 14 dias. Ao chegar às salas de vacinação, os imunizantes serão armazenados entre 2°C e 8°C, e deverão ser aplicados em até cinco dias.
A primeira etapa de distribuição entregará 500 mil doses às capitais do país, destinadas à aplicação inicial da vacina. Depois, a outra metade será entregue para a administração da segunda dose.
O Brasil recebe as primeiras doses da vacina da Pfizer com quatro meses de atraso. O governo federal recusou, ano passado, acordo proposto pela Pfizer que garantiria 70 milhões de vacinas ainda em dezembro. Ao falar sobre o fracasso das tratativas com a Pfizer, o Palácio do Planalto argumentou que as cláusulas propostas eram abusivas.
Em nota, à época, o Ministério da Saúde citou como exemplo o fato de a Pfizer exigir que, em caso de desavença com o governo brasileiro, as negociações de arbitragem teriam que se pautar nas leis de Nova York, não nas do Brasil.
Eficácia
De acordo com os estudos publicados até o momento, a vacina tem eficácia de 95% e poucos efeitos colaterais. Nos testes feitos no Brasil, a eficácia aferida foi de 87,7%.
Há relatos raros de choque anafilático após a aplicação. As autoridades americanas sugerem que o paciente fique no posto de vacinação por pelo menos 15 minutos após a administração para garantir atendimento rápido no caso de algum problema.
A fórmula é baseada em RNA mensageiro – um método que, apesar de bastante estudado, nunca tinha sido usado em vacinas. O RNA mensageiro funciona como uma receita: quando introduzido no organismo, ele é processado e o corpo usa as informações contidas nele para produzir uma pequena quantidade da proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células.
Assim, o organismo é “apresentado” à proteína invasora e cria anticorpos contra esse fragmento do vírus. Caso a pessoa vacinada tenha contato com o coronavírus no futuro, já terá anticorpos para se proteger.
A tecnologia de vacinas com RNA mensageiro exige que as vacinas sejam mantidas congeladas em temperatura de cerca de -70ºC. Porém, as doses da Pfizer podem ficar entre -15ºC e -25ºC por até 14 dias, e entre 2ºC e 8ºC por cinco dias.