PF vai substituir superintendente que pediu investigação sobre Salles
Delegado Alexandre Saraiva apresentou notícia-crime no STF contra o ministro do Meio Ambiente, na quarta-feira (14/4)
atualizado
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A Polícia Federal decidiu tirar do cargo o superintendente da corporação no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva. Ele foi o responsável por apresentar, na quarta-feira (14/4), uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Supremo Tribunal Federal (STF).
A notícia-crime também tem como alvo o senador Telmário Mota (Pros-RR). Saraiva afirma que o ministro e o senador consolidaram uma parceria com o setor madeireiro, “no intento de causar obstáculos à investigação de crimes ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a Administração Pública”.
No documento, o delegado menciona a maior apreensão de madeira da história do Brasil. Saraiva sustenta, no texto, que Salles “dificulta a fiscalização ambiental e patrocina interesses privados”. O chefe da PF no Amazonas cita dois crimes que teriam sido cometidos pelo ministro: advocacia administrativa e tentativa de impedir ou embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
O ministro vem criticando, nas últimas semanas, a conduta da PF depois da realização da maior apreensão de madeira da história do país. Salles alega que a corporação cometeu falhas na ação e sustenta que “não se pode demonizar [o trabalho dos empresários] sem provas”.
O delegado retorquiu, afirmando ser a primeira vez que vê um titular da pasta do Meio Ambiente se insurgindo contra uma operação que busca preservar a floresta amazônica.
O STF ainda não decidiu se abrirá ou não investigação contra Salles e Mota ou se arquiva a notícia-crime.
A assessoria da Polícia Federal declarou ao Metrópoles que trocas na diretoria da corporação “são comuns” e não comentou sobre o motivo para a saída de Saraiva.
Telmário Mota
O senador Telmário Mota (Pros-RR) divulgou uma nota, na noite da quarta-feira (14/4), na qual chama o superintendente da Polícia Federal do Amazonas de “covarde” e “xiita”.
No comunicado em que rebate as acusações, Telmário diz: “O delegado xiita Alexandre Saraiva, mais uma vez, busca os holofotes com uma notícia-crime patética, sem fundamento e elaborada apenas para ganhar espaço na mídia e nas redes sociais”.
“A verdade é que o delegado é um covarde que pratica autoritarismo e não tem coragem de debater com o Ministério do Meio Ambiente e da Justiça um protocolo para regulamentar o setor madeireiro”, disse.
“Ressalto que, em momento algum, pratiquei as condutas descritas. Como parlamentar, apenas denunciei os procedimentos ilegais cometidos pelo delegado, que sistematicamente utiliza da PF para sua própria promoção pessoal”, continua o político.
Por fim, Telmário afirma que está convicto que a notícia-crime será arquivada pelo MPF.