PF e MPF investigarão empresários que tomaram vacina da Covid-19 escondido
Empresários e políticos teriam tomado as duas doses da vacina Pfizer, segundo reportagem de revista
atualizado
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Após a revista Piauí denunciar o caso de compra de vacinas por grupo em Minas Gerais, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) resolveram abrir inquérito para investigar o ocorrido. A reportagem revelou que políticos e empresários do estado tomaram as duas doses da Pfizer contra o coronavírus e não repassaram os imunizantes ao SUS.
Entre o grupo de empresários que serão investigados, está o ex-senador Clésio Andrade, em que ele e sua família foram imunizados na terça-feira (23/3), em Belo Horizonte. Clésio, além de já ter sido vice-governador de Minas Gerais, também é conhecido pelo envolvimento no esquema do mensalão.
A maioria dos vacinados era do ramo de transporte no estado. A enfermeira responsável pela aplicação das doses acabou se atrasando, pois estava imunizando outras pessoas do grupo na Belgo Mineira, mineradora que pertencente à ArcellorMittal Aços. A siderúrgica afirmou não ter comprado nenhuma vacina.
Existe uma lei aprovada pelo Congresso Nacional que autoriza a compra de vacinas de forma privada. Mas o SUS obriga que todas as doses sejam doadas até que os grupos de risco, cerca de 77,2 milhões pessoas, sejam vacinados.
A compra das doses foi de natura própria dos investigados. A revista afirmou que as vacinas não foram repassadas ao SUS. As vacinas beneficiaram cerca de 50 pessoas, segundo a revista. Para cada pessoas, foi desembolsado R$ 600.