PF revela em inquérito que grupo chamava golpe de “churrasco”
Segundo o relatório da Polícia Federal, grupo se referia ao golpe como “churrasco”
atualizado
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A Polícia Federal (PF) relata no inquérito da tentativa de golpe de Estado, que teve sigilo retirado nesta terça-feira (26/11), quem foram os financiadores da invasão dos Três Poderes. O texto ainda revela que o tenente Aparecido Andrade Portela, suplente da senadora e ex-ministra do governo Bolsonaro Tereza Cristina (PP-MS), atuava como mediador entre os financiadores de protestos e o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em uma troca de mensagens obtidas pela PF no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Aparecido Andrade faz cobrança sobre quando o golpe, nomeado de “churrasco”, ocorrerá. “O pessoal que colaborou com a carne está me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco. Pois estão colocando em dúvida a minha solicitação’’, escreveu Andrade.
Como resposta, Mauro Cid diz que “vai sim. Ponto de honra. Nada está acabado ainda da nossa parte”.
O tenente-coronel completa dizendo que, ‘‘se quiser, eu falo com eles…para tirar da sua conta’’ e recebe como resposta de Andrade “se eles vierem aqui em casa, eu ligo, por viva vós (sic) para o senhor. Vamos vencer de alguma forma’’.
No relatório, os investigadores afirmam que a troca de mensagens prova que Mauro Cid “alimenta a esperança de que ainda era possível o golpe de Estado”.
A Polícia Federal reforça que Aparecido Portela é um amigo próximo de Jair Bolsonaro “desde o período em que ambos serviram na cidade de Nioaque (MS), na década de 70”, e revela que, “de acordo com os registros de entrada e saída de pessoas no Palácio do Alvorada, o investigado Tenente Portela realizou ao menos 13 visitas no mês de dezembro de 2022 ao então presidente Jair Bolsonaro, o que evidencia a proximidade de ambos”.