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PF resgata 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão no RS

Responsável pela contratação e suspeito de impor condições análogas à escravidão foi preso em flagrante. Dez resgatados eram adolescentes

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Imagem colorida mostra operação que descobriu pessoas em Condições análogas à escravidão em Uruguaiana - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra operação que descobriu pessoas em Condições análogas à escravidão em Uruguaiana - Metrópoles - Foto: Polícia Federal/Divulgação

Cinquenta e seis pessoas foram resgatadas na última sexta-feira (11/3) em condições análogas à escravidão em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. A Polícia Federal atuou em conjunto com o  Ministério Público do Trabalho e a Gerência Regional do trabalho. Entre os resgatados, estão 10 menores de idade.

Na cidade, localizada a 600 quilômetros de Porto Alegre, os trabalhadores atuavam em duas fazendas de arroz. Segundo a PF, eles atuavam fazendo o corte manual do arroz vermelho e a aplicação de agrotóxicos, sem equipamentos de proteção, e chegavam a andar jornadas extenuantes antes mesmo de chegarem à frente de trabalho.

A PF foi acionada após uma denúncia que havia jovens trabalhando sem carteira assinada. Ao chegar ao local, a fiscalização constatou a situação e identificou adultos também em condição de escravidão.

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Eles trabalhavam em colheita de arroz e ficariam até sem água
Entre os 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão havia 10 adolescentes
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Operação conjunta descobriu os trabalhadores em Uruguaiana (RS)

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Eles trabalhavam em colheita de arroz e ficariam até sem água

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Entre os 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão havia 10 adolescentes

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“A operação foi realizada em duas propriedades rurais em Uruguaiana, após uma denúncia informar a presença dos jovens na propriedade, trabalhando sem carteira assinada. O grupo móvel de fiscalização se dirigiu ao local e encontrou não apenas os adolescentes, mas trabalhadores adultos em situação análoga à escravidão”, relata o órgão.

De acordo com o MPT, os trabalhadores teriam sido recrutados por um agenciador de mão de obra que atuava na Fronteira Oeste.

Sem água

Entre as condições precárias do trabalho, os mesmos não tinham direito à água e era necessário a divisão de comida.

”Nós próprios nos assustamos com a degradação do trabalho. Não é só um trabalho braçal ao sol, é esse trabalho sem fornecimento de água, sem local para guardar alimento e fazer a refeição. A comida deles azedava e eles tinham que repartir o que não azedava entre eles. Sem local de descanso, então muitas vezes tinham que dormir embaixo do ônibus, que era onde tinha sombra”, disse o auditor-fiscal do trabalho Vitor Siqueira Ferreira.

Além disso, os trabalhadores também percorriam 50 minutos no sol até chegar ao local de trabalho. A comida e as ferramentas de trabalho ficavam por conta dos empregados. Caso algum deles adoecesse, teria remuneração descontada.

Segundo relatos, um dos adolescentes sofreu um acidente com um facão e ficou sem movimentos de dois dedos do pé.

O responsável pela contratação da mão de obra foi preso em flagrante. Ele será encaminhado ao sistema penitenciário.

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