“PF quer incriminar sem provas”, diz Ramagem após operação
Polícia Federal realizou buscas e apreensões em endereços ligados ao ex-chefe da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)
atualizado
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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) alegou que a Polícia Federal (PF) tenta incriminá-lo sem provas. O político foi alvo, na manhã desta quinta-feira (25/1), de uma operação da corporação que investiga um esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que monitorava ilegalmente autoridades e pessoas comuns.
A ação teria ocorrido durante a gestão de Ramagem à frente da agência, no decorrer do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Quando eu analiso o que foi feito aqui, essa salada de narrativas para chegar a uma incriminação, eu vejo que o MP [Ministério Público] e o Judiciário foram envolvidos por um núcleo da PF que está querendo sem provas incriminar”, argumentou Ramagem em entrevista à GloboNews.
O deputado afirmou, sem apresentar provas, que a PF deixou de ser um órgão de Estado e passou a trabalhar para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O que se vê aqui é essa nova Polícia Federal, não de Estado, mas de governo, perseguidora contra policiais que eram responsáveis pelos grandes trabalhos da gloriosa antiga PF”, frisou o político.
Uso ilegal de plataforma
Os policiais encontraram, nos endereços ligados ao deputado federal, seis celulares e quatro notebooks que pertencem à Abin. A PF esteve no gabinete funcional de Ramagem, em Brasília, e na casa do político, no Rio de Janeiro.
A operação desta quinta foi batizada de “Vigilância Aproximada” e é um desdobramento da “Primeira Milha”, que investiga o suposto uso ilegal da plataforma FirstMile. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação da PF indica que a plataforma comprada pelo governo federal era utilizada para monitorar, por meio de dados de GPS, os celulares de servidores públicos, políticos, policiais, jornalistas e advogados de forma irregular.
Ramagem entrou na PF em 2005 como delegado e chegou a ser indicado pelo ex-presidente para assumir a corporação, mas foi impedido pelo STF.