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Esquema de compra de votos motivou operação da PF em Boa Vista

PF deflagrou operação que averigua o envolvimento do presidente da Câmara de Boa Vista com tráfico. Dinheiro seria usado para compra de voto

atualizado

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A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (18/12), a Operação Martellus, cujo objetivo é desarticular uma associação criminosa que agiu durante o período eleitoral de 2024. Na operação, o vereador e presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco das Chagas Lisboa, foram presos.

Segundo as investigações, Genilson realizava a compra de votos dos eleitores em Boa Vista para se reeleger usando dinheiro do tráfico de drogas e o coronel Francisco Lisboa informava o vereador sobre as denúncias de compra de votos recebidas, quebrando o sigilo do canal de comunicação da PM.

A Polícia Federal, nesta quarta-feira, cumpriu 18 mandados de busca e apreensão 14 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima.

Segundo a PF, a investigação foi iniciada “após a prisão em flagrante de dez pessoas no dia (5/10) pelo crime de corrupção eleitoral”. Na ocasião, um suspeito, apontado na investigação como líder de campanha, teria cooptado eleitores para votar em determinado candidato que disputava a reeleição ao cargo de vereador no município de Boa Vista”.

O esquema de compra de votos pagava aos eleitores valores de R$ 100 e R$ 150. Genilson Costa foi reeleito.

Durante a primeira fase da operação, feita no dia 6 de outubro, a PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, que levaram a prisão em flagrante de Genilson pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por ter ouro em sua forma bruta em sua residência, o que é crime. No entanto, o candidato foi liberado com um habeas corpus.

A corporação afirma que o esquema era liderado por Genilson, que “possuía um grupo em aplicativo de mensagens onde os envolvidos fariam prestação de contas sobre o esquema. Ao menos R$ 1 milhão teria sido utilizado na compra de votos”.

O inquérito policial indica que o vereador, que já foi investigado em outros momentos por outros crimes, teria recebido “patrocínio do tráfico para o exercício de suas atividades parlamentares, inclusive, para a disputa à presidência da casa legislativa municipal”.

Os investigados, de acordo com a PF, podem responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.

O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos. O espaço segue aberto.

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