PF pediu informações ao TCU sobre compra de coletes em 2022
Operação da PF sobre dispensa de licitação para compra de coletes atinge general Braga Netto, que na época era interventor federal do RJ
atualizado
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A Polícia Federal enviou, em março de 2022, uma solicitação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão compartilhasse informações sobre as investigações envolvendo a compra de 9.360 coletes balísticos para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, com dispensa de licitação, realizada pelo Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro (GIFRJ).
O pedido foi feito pela Coordenadoria de Repressão à Corrupção da Polícia Federal. No documento, o órgão cita a empresa americana CTU Security, que seria beneficiada com a compra no valor de R$ 40,2 milhões. Nesta terça-feira (12/9), a PF deflagrou uma operação para apurar a compra em questão, firmada com dispensa de licitação em 2018.
O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa sob o governo de Jair Bolsonaro, general Braga Netto (PL), não é alvo da operação, mas é investigado pela PF. Na época da compra, ele era o interventor federal no RJ. Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
A operação apura suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais. O TCU identificou que os coletes seriam adquiridos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. Essas apurações foram todas encaminhadas à PF.
PF investigou com informação externa
A empresa chegou a receber o valor integral, R$ 40,2 milhões, em janeiro de 2019. Após a suspensão do contrato pelo TCU, a quantia foi devolvida em setembro do mesmo ano.
A apuração começou graças a uma cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), que alertou sobre o contrato entre a CTU e o governo.
A descoberta ocorreu enquanto as autoridades americanas investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021. A empresa foi responsável pelo fornecimento de logística militar para destituir Moises e substituí-lo por Christian Sanon, segundo a PF.