PF não encontra indícios de fraude eleitoral em urnas eletrônicas
Desde a criação da urna, a PF abriu apenas uma investigação relacionada ao tema. O caso, no entanto, não tem ligação com fraude
atualizado
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A Polícia Federal (PF) não encontrou indícios de fraude nas urnas eletrônicas desde a criação do método de votação, em 1996. Nesses 25 anos, a corporação abriu apenas uma investigação relacionada ao tema. O caso, no entanto, é uma tentativa de estelionato, e não tem ligação com fraudes na urna.
Os dados sobre as apurações policiais foram publicados pelo jornal O Estado de São Paulo neste sábado (24/7). Em junho deste ano, o comando da PF solicitou à superintendência do órgão, nos Estados Unidos, que listasse todas as denúncias de fraude recebidas ou apuradas desde 1996.
O pedido foi feito por meio da Corregedoria da corporação. No entanto, apenas a tentativa de estelionato foi identificada. O caso teria ocorrido em Vila Velha (ES), quando um criminoso tentou obter dinheiro de um candidato a prefeito prometendo vender votos.
O Estadão solicitou à PF, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), as respostas enviadas pelas 27 superintendências regionais à Corregedoria no pedido de investigação realizado pelo comando da corporação.
O órgão negou o pedido, mas fontes internas informaram que apenas a investigação sobre tentativa de estelionato está em andamento.
A segurança da urna eletrônica vem sido questionada fortemente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende o modelo de impressão do voto. Reportagem do Metrópoles, publicada neste sábado, mostra que o mandatário falou publicamente em fraude eleitoral ao menos 90 vezes desde maio.
Escândalo militar
Nesta semana, o jornal Estado de S.Paulo revelou que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, enviou recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), condicionando a realização das eleições de 2022 à implementação do voto impresso.
De acordo com a reportagem, o aviso teria sido dado mediante um interlocutor. Em nota, o ministro da Defesa negou que tenha feito a ameaça. O general disse ainda que “as Forças Armadas atuam sempre e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição”, mas defendeu o debate sobre a implantação do voto impresso.