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PF investiga empresa ligada a avião que caiu com Eduardo Campos

Polícia Federal deflagrou nesta terça (31/1) a operação Vórtex, desdobramento das investigações que apuram acidente que matou ex-governador

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (31/1) a operação Vórtex, desdobramento das investigações que apuram o acidente que matou o ex-governador e candidato à Presidência da República Eduardo Campos, em 2014. Estão sendo cumpridos 10 mandados, sendo seis de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Todos em Pernambuco.

O alvo é uma terceira empresa envolvida na compra do jatinho em que o socialista estava quando morreu. De acordo com informações da PF, a empresa teria contratos milionários com o governo de Pernambuco e teria feito várias doações ao PSB, partido de Campos.

A operação foi batizada de Vórtex, numa referência ao redemoinho que ocorre antes de turbulências.

Este mês, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, conhecido como João Lyra, assinou acordou de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Além dele, também optaram pela delação Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Os três empresários pernambucanos foram alvos da operação Turbulência, responsável por investigar o arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que caiu em Santos e matou Eduardo Campos.

João Lyra teria negociado com os investigadores o detalhamento de todas as transações financeiras realizadas por seu grupo cujos valores são oriundos de superfaturamento de obras públicas e de esquemas envolvendo empreiteiras e o governo de Pernambuco.

Embora a operação Turbulência tenha origem na queda do avião, a PF compartilhou informações com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR) e com o grupo de investigadores da Procuradoria-Geral da República.

Obras públicas
Para chegar aos verdadeiros proprietários do jatinho, a PF mapeou uma teia de empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas. Foram investigados repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposição do Rio São Francisco.

Na denúncia oferecida pelo MPF contra 18 pessoas envolvidas no caso, o MPF apontou que os três empresários lideravam o grupo criminoso que lucrava com “a prática de agiotagem”, lavagem de dinheiro proveniente de superfaturamento de obras públicas e pagamento de propina para agentes públicos. Embora essa primeira denúncia tenha sido arquivada, a investigação prossegue em Pernambuco.

À época da deflagração da Turbulência, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual Eduardo Campos era presidente, reiterou a sua confiança na “conduta sempre íntegra do ex-governador” e o apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos.”

A Camargo Corrêa afirmou que a empresa foi a primeira a colaborar e que segue à disposição da Justiça. A OAS não retornou os contatos da reportagem. (Com informações da Agência Estado)

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