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PF: Mauro Cid pagaria gastos de Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo

Acesso a áudios no celular do ex-ajudante de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, trouxe informações sobre pagamentos

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Michelle Bolsonaro faz joinha com as mãos durante cerimônia de transmissão de cargo à nova presidente do PL Mulher em brasília - Metrópoles
1 de 1 Michelle Bolsonaro faz joinha com as mãos durante cerimônia de transmissão de cargo à nova presidente do PL Mulher em brasília - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Federal encontrou conversas entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – e que tevea quebra de sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – e assessores que revelavam orientação para o pagamento em dinheiro vivo das despesas da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. A informação é Uol.

As suspeitas de caixa 2 e de “rachadinha” com recurso do Planalto envolvendo o coronel Cid e Michelle Bolsonaro foram reveladas no início do ano, nas reportagens Exclusivo: o caixa 2 de Jair Bolsonaro no Planalto e Segredos do Alvorada, assinada pelos repórteres Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio durante uma operação que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a PF encontrou US$ 35 mil (equivalentes a R$ 175 mil) e R$ 16 mil em espécie em um cofre na residência do militar.

Segundo o relatório da PF, as conversas entre o ex-ajudante e os assessores mostram uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”.

Cartão da amiga

Os agentes também identificaram que Michelle utilizava um cartão de crédito de uma amiga, Rosimary Cardoso Cordeiro. Com a quebra de sigilo, foi detectado depósitos em dinheiro vivo para Rosimary para o pagamento do cartão de crédito.

A situação gerou preocupações às assessoras Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, que buscaram Cid. O objetivo era convencer Michelle a parar de usar o cartão da amiga.

“Então, hoje é essa situação do cartão, realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte: no momento que você for despachar com ela, é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (…) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, que é que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (…) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema”, diz a transcrição de um áudio enviado por Cintia a Giselle, em 30 de outubro de 2020.

“Rachadinha”

Com o relato das assessoras, Mauro Cid citou a possibilidade da situação ser vista como um “esquema de rachadinha”. O ex-ajudante cita, inclusive, o caso do filho 01 de Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que foi denunciado pela suspeita de desvio de dinheiro público.

“Giselle, mas ainda não é o ideal isso não tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas”, disse Cid.

“Se ela perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”, aconselha o ex-ajudante.

Operação Venire

Mauro Cid foi preso preventivamente na última quarta-feira (3/5), em operação da PF que investiga associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

A ação da PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), suspeito de ter tido o cartão de vacinas dele e da filha, Laura, adulterados. O celular do ex-mandatário foi apreendido.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, e seis pessoas foram presas preventivamente em Brasília e no Rio de Janeiro. Ao menos dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente acabaram presos.

Um deles é o ex-policial Max Guilherme, ex-assessor especial de Bolsonaro, além de Mauro Cid e Sérgio Cordeiro, ex-assessor e segurança de Bolsonaro.

Outro assessor, Marcelo Câmara foi alvo de busca e apreensão. Todos viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, com o ex-presidente, no fim de 2022, após a derrota nas eleições.

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