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PF investiga se governo federal financiou sites antidemocráticos

Corporação busca saber se houve direcionamento da publicidade oficial para grupos radicais e se há relação entre ministérios e extremistas

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A Polícia Federal investiga indícios de que o governo federal financiou pessoas e páginas na internet dedicadas à propagação de atos antidemocráticos, que atacaram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal O Globo.

A PF produziu um relatório parcial, em tramitação em inquérito no STF sobre a realização de atos antidemocráticos, que aponta uma relação desses atos com o Palácio do Planalto, pela primeira vez, e apura se a publicidade oficial foi usada para direcionar recursos públicos.

Foi por meio da CPMI das Fake News que os indícios chegaram à PF. Ela revelou informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) veiculou publicidade em sites que propagam ações antidemocráticas.

De acordo com relatório, a delegada Denisse Dias Ribeiro disse que o objetivo da investigação é descobrir se agentes do governo federal agiram por ação deliberada ou por omissão do financiamento dessas páginas.

“A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado”, escreveu a delegada.

Além disso, ela destacou que é preciso descobrir se tal conduta se deve a “vínculos pessoas/ideológicos entre agentes públicos e os produtores de conteúdo ou mesmo por articulação entre ambos”.

A PF também investiga se os gestores públicos usaram mecanismos disponíveis em ferramentas de publicidade para evitar que as mensagens do governo chegassem a sites que disseminam ataques às instituições.

“Não há informações que indiquem se os agentes públicos responsáveis, dolosa ou culposamente, criaram critérios objetivos (palavras-chave, filtros ou bloqueios) que evitassem que a propaganda do governo federal fosse veiculada e monetizasse canais que difundem ideias contrárias às professadas pelo Estado democrático de Direito, permitindo (i.e., não impedindo), com tal prática, que ocorresse o repasse de recursos públicos com a intermediação de ferramentas tecnológicas a tais canais das redes sociais”, diz o relatório.

Ainda segundo o relatório, existem “vínculos, ainda não totalmente esclarecidos”  do grupo investigado por propagandear e promover os atos antidemocráticos com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves.

No documento, é possível observar que Sara Giromini, ativista de extrema direita e uma das coordenadoras do movimento “300 do Brasil”, ocupou um cargo na pasta, “sendo exonerada apenas em 15 de outubro de 2019”.

A mulher do blogueiro Oswaldo Eustáquio, Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio, hoje tem cargo na Secretaria Nacional de Políticas de Promoção de Igualdade Racial na mesma pasta.

Renan Sena, que também é investigado por envolvimentos nos atos antidemocráticos, foi terceirizado de uma empresa prestadora de serviços para o mesmo ministério.

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