PF investiga se Bolsonaro entrou nos EUA com cartão de vacinação falso
Informação foi confirmada pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, em coletiva nesta quinta-feira (4/5)
atualizado
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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou, durante coletiva na tarde desta quinta-feira (4/5), que a corporação busca informações para identificar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada nos Estados Unidos com atestado de vacina falsificado.
Na quarta-feira, a PF cumpriu mandados de prisão e apreensão em uma operação que investiga esquema irregular para inserção de dados de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. O próprio ex-presidente Bolsonaro teria usado desse esquema para dizer que ele e familiares estariam vacinados.
Um dos presos foi o ex-ajudante de ordem coronel Mauro Cid, que também teria se beneficiado do esquema para ter um atestado de vacinação, mesmo sem ter tomado o imunizante.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de Bolsonaro ter utilizado o atestado falso de vacina para entrar nos Estados Unidos, Andrei reiterou que a PF aprofunda a investigação.
Fraude no ConecteSUS
A investigação da PF que apura a suposta inserção de dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde também encontrou, no ConecteSUS do ex-presidente Bolsonaro, um registro de dose única da Janssen, que teria sido aplicada em São Paulo.
Além das duas doses da Pfizer supostamente aplicadas em Duque de Caxias (RJ), onde a PF investiga o funcionamento de uma organização criminosa composta por funcionários da prefeitura e servidores do município, o sistema do Ministério da Saúde apontou o registro de uma dose aplicada no presidente em 19 de julho de 2021.
A vacinação teria sido feita na UBS Parque Peruche, na zona norte da capital paulista. Depois da inserção dos dados fraudulentos, a conta de Bolsonaro no ConecteSUS emitiu comprovantes de vacinação outras quatro vezes.
Como adiantado pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, ontem, investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que o registro foi inserido no sistema entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2022, mais de um ano depois da suposta vacina, o que é um indício de fraude.