PF investiga propina de R$ 39 milhões para anular multas tributárias
O valor teria sido pago para viabilizar o cancelamento de uma multa de R$ 161 milhões pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
atualizado
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Um grupo criminoso que realizava cancelamentos indevidos de autuações de tributos federais, lavagem de dinheiro e evasão de divisas se tornou alvo da Polícia Federal. Agentes estão nas ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro, Paraná, de Santa Catarina e Minas Gerais nesta terça-feira (12/3) para cumprir um mandado de prisão temporária e 23 de busca e apreensão.
Segundo os investigadores, um empresário responsável pela administração de uma conta bancária em nome de empresa fantasma ligada ao esquema teria recebido mais de R$ 39 milhões em propina. O valor teria sido pago para viabilizar o cancelamento, pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de uma multa da Receita Federal no valor de R$ 161 milhões.
Para a Polícia Federal, há indícios de que uma parte do valor foi mandado para o exterior de forma fraudulenta, e outra parte teria sido dividida entre integrantes do grupo investigado. Eles responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.
A identificação do empresário só foi possível após análise de material apreendido na primeira fase da Operação Descarte, realizada em março de 2018. “As evidências obtidas em conjunto com a realização de novas diligências permitiram a confirmação da identidade”, destaca a Polícia Federal.
A Operação Checkout foi deflagrada em ação conjunta com a Receita Federal e o Ministério Público Federal. Cerca de 100 policiais federais e 30 auditores fiscais cumprem os mandados expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.