PF investiga problemas na licitação de EPIs em hospital universitário do RJ
Ex-secretário estadual de Saúde é investigado pelo fornecimento de máscaras e aventais. Itens foram adquiridos por até o triplo do preço
atualizado
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Rio de Janeiro – O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), ligado à Universidade do Rio de Janeiro (UniRio), é o principal alvo da Polícia Federal na operação Desmascarados, realizada na manhã desta quarta-feira (10/2).
A ação tem como objetivo o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão de provas para o inquérito que apura possível irregularidades em contratos com dispensa de licitação para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a pandemia do novo coronavírus. A ação resultou em desvio do dinheiro público, a partir do sobrepreço dos itens comprados.
O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Fernando Ferry é um dos alvo da operação. Ferry sucedeu a Edmar Santos, que delatou um esquema que levou ao afastamento do governador Wilson Witzel. Pouco mais de um mês depois, Ferry pediu demissão do cargo.
Auditorias e levantamentos, como os relatórios elaborados pela Auditoria da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o produzido pela Controladoria Geral da União (CGU), indicam o favorecimento de determinado grupo de empresas, por funcionários públicos.
Em apenas uma Dispensa de Licitação, no valor de R$ 1.280.450,00 para a aquisição, entre outros itens, de 6.500 máscaras e 6.500 aventais, pelos preços individuais, respectivamente, de R$ 47,80 e R$ 49,50. Os mesmos itens foram cotados, respectivamente, por R$ 12,50 e R$ 15,00. no chamamento feito pela Ebserh.
Nesse caso, a CGU apontou sobrepreço no valor de R$ 650.270,00, e um superfaturamento, de R$ 398.444,00, além de fortes indícios da fraude do processo realizada pelo Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. A polícia ainda investiga quantos “laranjas” estão envolvidos no esquema.
A ação conta com a participação de 30 policiais federais que cumprem os mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro (nos bairros da Tijuca, onde fica o hospital, Maracanã e em Jacarepaguá) e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e os investigados respondem por organização criminosa, peculato e fraudes em licitação.