PF investiga políticos por fraude no sistema de regulação do SUS em GO
Fraude no SUS de GO resultou em mandados cumpridos em sete cidades goianas. Segundo a PF, políticos estão entre os investigados
atualizado
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Goiânia – A Polícia Federal cumpre mandados de prisão em sete cidades de Goiás, em uma operação batizada como Troco da Troca, que investiga fraudes no sistema de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a corporação, políticos e secretários de Saúde estão entre os investigados.
A operação deflagrada nesta quinta-feira (13/4) tem o objetivo de investigar possíveis fraudes no SUS nos municípios do interior do estado, em gestões entre os anos de 2016 e 2020. Na ação, 48 policiais federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário nas cidades de Goiânia, Senador Canedo, Pirenópolis, Matrinchã, Goianápolis, Buriti Alegre e Posse.
Irregularidades
De acordo com a delegada responsável pela apuração do caso, Ingrid Fonseca Mariano Nogueira, as empresas gestoras dos sistemas de saúde em Goiás manipulavam o sistema de regulação por meio de contratos com diversas prefeituras. As irregularidades ocorriam no sistema do vale exame, e os representantes dessas empresas, mediante a inserção de dados falsos em sistemas, conseguiam desviar a cota do Programa de Pactuação Integrada de alguns municípios em favor de outros.
“A investigação aponta que as empresas realizavam pagamentos indevidos para funcionários do alto escalão das gestões municipais, tais quais como prefeitos, secretários de saúde, entre outros. No cumprimento dos mandados foram apreendidos celulares e computadores entre outras mídias, além de mandados de busca na sede da algums prefeituras, resultando na apreensão de procedimentos licitatórios. Os investigados foram intimados a prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal”, informou a delegada.
Ainda segundo a PF, a burla ao sistema tinha por objetivo realizar favores políticos e garantir a continuidade da empresa como contratada do município beneficiado. Elementos de prova que apontam o pagamento dessas vantagens indevidas em favor dos servidores públicos, como prefeito e secretários municipais de saúde, foram colhidos.
Os crimes investigados são inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção ativa, corrupção passiva e fraude ao caráter competitivo de licitação.