PF investiga ligação de homem-bomba com atos golpistas de 8 de Janeiro
Casa de Francisco Wanderley tinha frases nas paredes que faziam alusão a ato golpista de 8 de janeiro contra a posse do presidente Lula
atualizado
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A Polícia Federal (PF) investiga a ligação entre os grupos extremistas que promoveram o ato golpista de 8 de janeiro de 2023 nas sedes dos Três Poderes com o atentado de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o homem que se explodiu na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13/11).
Um inquérito sobre o caso foi instaurado no mesmo dia do atentado e está sob sigilo. Em declaração para a imprensa na manhã desta quinta-feira (14/11), o diretor-geral da PF, Andrei Passos, confirmou que há suspeita de ligação com os atos golpistas.
As investigações iniciais mostram que houve um planejamento de longo prazo do atentado. Na casa em que Wanderley estava morando atualmente, em Ceilândia (DF), havia inscrições nas paredes e espelho que faziam alusão a uma pichação feita no ato de 8 de janeiro.
“É importante dizer que não é só um ato de pixação, é um ato gravissimo contra o estado democratico de direito – esta pessoa (que fez a pixação) está presa ate o presente momento – e que mostra essa vinculaçao desses grupos radicais que culmina nesta barbarie de ontem na tentativa de matar ministros da suprema corte e no lamentável episódio do suicídio dessa pessoa”, declarou o diretor-geral da PF.
Durante o ato golpista de 8 de janeiro, uma manifestante pichou na estátua da Justiça a expressão “perdeu mané”, fazendo referência a uma fala anterior do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Radical na internet
Imagens de câmeras de monitoramento registram o momento em que Francisco lança um artefato explosivo contra a escultura da Justiça, localizada em frente ao STF, e, em seguida, cai no chão, detonando o explosivo consigo.
Com um perfil político radicalizado nas redes sociais, Francisco já havia antecipado o ataque em mensagens publicadas no Facebook. “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, escreveu ele pouco antes do atentado.