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PF investiga gráficas contratadas pela campanha de Dilma e Temer

A suspeita é de que ocorreram desvios nos recursos e estes foram direcionados para o enriquecimento de pessoas físicas e jurídicas

atualizado

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1 de 1 polícia-federal-pf-3-840×577 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (27/12), uma operação para investigar as empresas que atuaram na campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer.

Uma ação judicial movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) motivou o cumprimento das ordens judiciais nesta manhã. Gráficas são os principais alvos da investigação. A suspeita é de que as empresas não teriam prestado os serviços contratados. Agora, a polícia também vai verificar se as gráficas tinham ao menos condições operacionais ou se são empresas fantasmas.

A perícia realizada por técnicos do TSE afirmou não ser possível afastar “desvio de finalidade dos gastos eleitorais para outros fins que não o de campanha”. Essa foi a conclusão registrada na análise dos documentos apresentados por Focal, Gráfica VTPB e a Red Seg Gráfica. A coleta de provas para a ação proposta pelo PSDB, que investiga se houve abuso de poder político e econômico pela campanha vencedora, foi autorizada em abril.

No caso da Focal, que recebeu quase R$ 24 milhões, o laudo do TSE diz que “em que pese se tratar de uma empresa que prestou serviços a uma campanha nacional para a Presidência da República, foram encontradas diversas inconsistências nos registros contábeis da empresa”. A perícia encontrou problemas na emissão de notas fiscais e na subcontratação de outras empresas para o fornecimento de bens e serviços à chapa presidencial eleita em 2014.

Quanto às notas fiscais, o documento afirma que o “cancelamento posterior das notas, sem o correspondente registro de estorno ou de devolução dos recursos, pode representar uma simulação de prestação de serviços, a fim de justificar o recebimento de recursos, em espécie ou por meio de conta bancária”.

Os peritos também apontaram que “identificou-se a utilização da mesma ordem de serviço referenciada nas notas fiscais, contendo o mesmo objeto e quantidades a serem produzidas, utilizadas em várias notas fiscais de venda sequenciais e emitidas na mesma data”. Também não foi identificada a documentação fiscal referente à subcontratação das empresas.

 Quanto à Gráfica VTPB, o laudo aponta que apenas 21,5% das receitas contabilizadas obtidas com as vendas de produtos foram comprovadas por notas fiscais. A Red Seg Gráfica, por sua vez, não teria apresentado todos os documentos requeridos pela Justiça Eleitoral e que são necessários para resposta aos quesitos pontualmente identificados.

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